Clientes do BPN à porta de agência de Leiria

O presidente da Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN, António José Henriques, disse à Agência Lusa não estar surpreendido com o dispositivo de segurança no local, assegurando que os clientes mantêm o propósito de se deslocar ao interior da agência para obter uma resposta da parte da administração do banco.

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O presidente da Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN, António José Henriques, disse à Agência Lusa não estar surpreendido com o dispositivo de segurança no local, assegurando que os clientes mantêm o propósito de se deslocar ao interior da agência para obter uma resposta da parte da administração do banco.

“Vamos entrar na agência e pedir para que entrem em contacto com a administração do banco”, declarou António José Henriques.

Sexta-feira, na primeira concentração de clientes do BPN nesta agência, foi enviado um fax à administração do banco no qual os clientes exigiam “o pagamento imediato ou concretamente programado desde já dos montantes de que são credores relativamente a este banco”.

“A administração deverá informar-nos do que tiver por conveniente sobre este assunto, sem o que não abandonaremos as instalações”, referiram ainda no fax, que ficou sem resposta.

O presidente da associação de clientes reiterou que exige por parte dos responsáveis da agência que “entrem em contacto com a administração”, prometendo “não desmobilizar” até haver “uma resposta”.

PME não conseguem reaver dinheiro

António José Henriques manifestou particular preocupação com a situação das pequenas e médias empresas do distrito, muitas das quais disse terem entregue as suas poupanças aos balcões do BPN.

“Quando a economia estava melhor, fizeram depósitos. Agora, precisam de dinheiro e não o podem receber”, declarou, explicando que “muitas empresas não têm liquidez” e, além das dificuldades em recorrer ao crédito, não podem reaver as suas poupanças.

“Muitos empresários querem mesmo fechar empresas e colocar mais pessoas no desemprego. Esta é mais uma machadada para as empresas num ano de crise”, referiu António José Henriques, sustentando que este “já não é só um problema económico mas também social”.

Muitos dos clientes presentes nas imediações do edifício vestem uma t-shirt preta com inscrições “BPN enganou-nos” e “Basta de enganar os portugueses”. No local e nas imediações, foram colocados dezenas de cartazes.