Raquel Ochoa é primeira vencedora do prémio Agustina Bessa-Luís
O galardão tem o valor pecuniário de 25.000 euros, para além da edição da obra pela Gradiva, e será entregue no mesmo dia do Prémio Fernando Namora.
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O galardão tem o valor pecuniário de 25.000 euros, para além da edição da obra pela Gradiva, e será entregue no mesmo dia do Prémio Fernando Namora.
O Prémio Agustina Bessa-Luís, destinado a obras inéditas de escritores com menos de 35 anos, foi instituído em homenagem à escritora que presidiu até há dois anos ao júri do Prémio Fernando Namora, no quadro das comemorações do cinquentenário da Estoril Sol.
No ano passado não foi atribuído pelo facto do júri, presidido por Vasco Graça Moura, ter considerado “falta de qualidade das obras a concurso”. Este ano o romance de Raquel Ochoa convenceu o júri, de novo liderado por Graça Moura.
Segundo a nota da Estoril Sol, a acta do júri afirma que o romance revela “uma assinalável qualidade narrativa, conjugando bem os elementos de natureza documental acerca dos contextos pessoais e colectivos da experiência portuguesa na Índia”.
Na acta, segundo a mesma nota, pode ler-se ainda que a “investigação histórica subjacente ao romance acontece sem prejuízo da construção ficcional. A saga da família Carcomo cativa pela qualidade da efabulação e desenho de personagens”.
O enredo deste romance, explica o texto, “baseia-se na aventura de uma família indo-portuguesa, originária de Damão, que sobrevive e se adapta à turbulenta História mundial do último século, evocando uma saga nos tempos em que a Índia longínqua era portuguesa. Quatro gerações habitam Nagar-Aveli, Damão e, por fim, Lisboa. Uma casa é abandonada para sempre. Este romance histórico é baseado num relato verídico”.
Raquel Maria Fialho Costa Ochoa nasceu em Lisboa em 1980, é licenciada em Direito, tendo já publicado um livro de crónicas, “O Vento dos Outros”, em 2008. Nesse mesmo ano escreveu “Bana - Uma vida a cantar Cabo Verde”, a biografia do cantor. Actualmente é formadora na “Escrever, Escrever”, uma escola de escrita criativa.
Ao Prémio Agustina Bessa-Luís Revelação concorreram 72 originais.
Além de Vasco Graça Moura, o júri foi constituído por Guilherme d’Oliveira Martins, em representação do Centro Nacional de Cultura, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.