Bloco de Esquerda quer ouvir ex-ministros sobre negócios da Defesa no Parlamento

Foto
Tropas portuguesas no aeroporto de Cabul, Afeganistão, em 2005 David Clifford (arquivo)

O deputado bloquista Fernando Rosas disse ao PÚBLICO que devem ser ouvidos os ex-ministros da Defesa com responsabilidades nas decisões sobre a compra de equipamento militar. Essa lista inclui pelo menos Paulo Portas (CDS), que tutelou a Defesa no Governo de coligação com o PSD de Durão Barroso, e Rui Pena e Júlio Castro Caldas, ambos de executivos do PS de António Guterres.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O deputado bloquista Fernando Rosas disse ao PÚBLICO que devem ser ouvidos os ex-ministros da Defesa com responsabilidades nas decisões sobre a compra de equipamento militar. Essa lista inclui pelo menos Paulo Portas (CDS), que tutelou a Defesa no Governo de coligação com o PSD de Durão Barroso, e Rui Pena e Júlio Castro Caldas, ambos de executivos do PS de António Guterres.

“O fundamental é apurar o que se passa e saber qual é a dimensão do problema”, afirmou Fernando Rosas. E lembra que o Estado “tem um crédito de milhões de euros de contrapartidas e que não foram cumpridas”. Daí ser necessário ouvir empresas, entidades e ex-ministros, responsáveis pelos negócios de defesa e por quem não fez cumprir as contrapartidas. “Nesta questão tem havido é impunidade”, acrescentou.

Os sociais-democratas vão propor que a Comissão de Defesa Nacional na Assembleia da República faça uma avaliação às contrapartidas - os negócios que os consórcios que vendem equipamento militar a Portugal se comprometem a proporcionar às empresas portuguesas. Um valor total próximo de três mil milhões de euros e cuja execução é muito baixa. Segundo números da Comissão Permanente de Contrapartidas (CPC), até 2008 estavam executadas apenas um quarto das contrapartidas, ano em que 15 dos 22 projectos não tiveram qualquer avanço.

A bancada social-democrata esteve a preparar o dossier nas últimas semanas e o objectivo é que a Comissão de Defesa Nacional chame "todos os intervenientes" no processo. Um processo que envolve, por exemplo, a compra dos submarinos, dos helicópteros EH-101, dos blindados Pandur ou ainda a modernização dos caças F-16 e do avião P-3 Orion da Força Aérea.