Sócrates acusa oposição de "irresponsabilidade" e "exibicionismo político"

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Para José Sócrates, a oposição agiu "com deslealdade" João Cortesão Gomes (Arquivo)

"A isto chama-se profunda irresponsabilidade política", porque "ameaça as contas públicas" e constitui "uma forma de desenvolver uma linha política que se baseia apenas no exibicionismo político", disse José Sócrates em Aljustrel, num plenário de militantes socialistas.

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"A isto chama-se profunda irresponsabilidade política", porque "ameaça as contas públicas" e constitui "uma forma de desenvolver uma linha política que se baseia apenas no exibicionismo político", disse José Sócrates em Aljustrel, num plenário de militantes socialistas.

No dia 27 de Novembro, o Parlamento aprovou medidas de combate à crise de PSD, CDS-PP e PCP, como o fim do Pagamento Especial por Conta e a imposição de o Estado antecipar para 30 dias o prazo de reembolso do IVA e de pagar juros de mora pelo atraso no cumprimento de "qualquer obrigação pecuniária".

Para José Sócrates, a oposição agiu "com deslealdade", porque defendeu "leis que reduzissem as receitas do Estado, pondo em causa todo o equilíbrio orçamental", antes da proposta de Orçamento do Estado para 2010 que o Governo apresentará "em Janeiro".

"Isto é completamento irresponsável" e "não é forma de lidar com as contas públicas", afirmou José Sócrates, dizendo que Portugal "não pode conviver" com um Orçamento do Estado "proposto pelo Governo" e "um orçamento-sombra aprovado pela oposição".

Para José Sócrates, "é absolutamente admirável ver os partidos de direita e da extrema-esquerda unirem-se apenas com o objectivo de criarem dificuldades ao Governo".

"Isto não é agir em benefício do país. Isto é agir em benefício de uma táctica política que visa criar apenas dificuldades", disse, referindo que o Governo "está muito disponível" para "negociar com a oposição".

Não está é disponível, frisou, para que os partidos da oposição "imponham um orçamento-sombra e depois peçam ao Governo para assumir as responsabilidades no Orçamento do Estado".

Segundo José Sócrates, o Governo "vai enfrentar" as "políticas irresponsáveis e demagógicas daqueles que não querem ter nenhumas responsabilidades governativas".

"A única coisa que querem", continuou, é "criar" na Assembleia da República "o maior número de entraves por puro exibicionismo político".

Ministro da Defesa acusa oposição de "tentar criar um Governo alternativo sem coerência"

Tabém o ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, atacou hoje os partidos da oposição, acusando-os de estarem "a tentar criar um Governo alternativo sem coerência", apelando a que sejam concedidas "condições mínimas de governabilidade".

Augusto Santos Silva sublinhou que o Partido Socialista "tem um mandato para governar durante quatro anos" e, por isso, não pode "estar confrontado com uma espécie de tentativa de haver um outro Governo na Assembleia".

"Um Governo sem coerência, visto que é uma coligação de partidos que tudo separa e um Governo que teria a vantagem de definir aumentos de despesas ou diminuição de receita sem ter a maçada de explicar onde é que ia, no Orçamento do Estado, compensar isso que passaria a faltar aos cofres do Estado", sustentou.

À entrada para um plenário federativo do PS, que decorreu ao final do dia de hoje em Viseu, o ministro socialista disse que a 27 de Setembro "o país quis o engenheiro José Sócrates como primeiro-ministro e o PS a assumir as funções de Governo".

"Disse também que não queria a maioria absoluta de nenhum partido na Assembleia da República", reconheceu, afirmando que o Governo tem de dispor de "condições mínimas de governabilidade para não se acrescentarem às dificuldades da economia as dificuldades da instabilidade política".

"Penso que todos terão a responsabilidade necessária para que o país não passe por dificuldades, mais do que aquelas que hoje já tem", concluiu.