Exército admite que militares atropelados não vestiam coletes reflectores

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O acidente feriu 16 militares Hugo Delgado

"Efectivamente não usavam coletes. Vinham dois elementos à frente e dois atrás para sinalizar a coluna militar, de forma gestual", explicou o porta-voz do Exército em declarações à Lusa.

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"Efectivamente não usavam coletes. Vinham dois elementos à frente e dois atrás para sinalizar a coluna militar, de forma gestual", explicou o porta-voz do Exército em declarações à Lusa.

O acidente que ocorreu por volta das 07h00 na estrada nacional que atravessa o polígono militar de Tancos causou 16 feridos, dois dos quais com gravidade (um dos feridos inicialmente dado como grave já foi retirado desse quadro clínico).

Confrontado com a obrigatoriedade do uso de colete reflector, o tenente-coronel Hélder Perdigão limitou-se a responder: "Esta situação vai servir para o Exército reflectir se é necessário adoptar algumas medidas".

O comandante do destacamento de Torres Novas da GNR , Pedro Reis, afirmou que o acidente está a ser analisado pelo núcleo de investigação de acidentes de viação.

Testes de álcool e drogas ao condutor com resultado negativo

"Ao que tudo indica, o veículo ligeiro de mercadorias dirigia-se na direcção Tancos-Praia do Ribatejo e deparou-se com um indivíduo a fazer sinal para ele se desviar do sentido normal do trânsito, tendo o condutor efectuado essas manobra de recursos entrando na via de sentido contrário", disse.

"Ao retomar o seu sentido de marcha não se apercebeu que estava na presença de um pelotão de 52 elementos formado em coluna por dois militares", adiantou.

De acordo com o comandante do destacamento de Torres Novas da GNR, o condutor foi submetido a testes para detectar substâncias psicotrópicas e álcool, que deram resultados negativos.

Entretanto, o tenente-coronel Hélder Perdigão disse ainda que o Exército está disponível para fornecer "todo o tipo de apoio" aos 16 militares que foram atropelados em Tancos.

"O Exército está disposto a dar todo o tipo de apoio, inclusivamente de foro psicológico, se for solicitado", assegurou o tenente-Coronel, adiantando que os familiares das vítimas foram já avisados do sucedido.

Média de idades das vítimas ronda os 20 anos

Uma viatura ligeira atingiu hoje de manhã uma coluna militar que se encontrava a fazer exercícios físicos na estrada de Constança, em Tancos, tendo atropelado 16 militares. Segundo o porta-voz do Exército, as vítimas faziam parte de um pelotão formado por 52 elementos, um dos quais do sexo feminino.

Entre os feridos encontram-se graduados e instruendos, tendo os formandos uma média de idades a rondar os 20 anos.

Aos jornalistas, Hélder Perdigão adiantou que o local onde decorreu o acidente tem "um grande movimento militar", situação da qual "as pessoas têm conhecimento".

Os feridos estão a receber tratamento hospitalar, sendo que os militares que se encontram nos hospitais de Tomar (um), Torres Novas (quatro) e Abrantes (nove) deverão ter alta durante o dia.

Uma das vítimas que está a receber assistência no Hospital de Abrantes, e que inicialmente se julgava estar em estado grave, não apresenta ferimentos graves, apesar do traumatismo de crânio encefálico. Os restantes oito apresentam ferimentos do foro ortopédico.

Os dois feridos mais graves foram transferidos para hospitais de Lisboa.

No polígono militar de Tancos funcionam a Escola de Tropas de Pára-quedistas, o Comando da Brigada de Acção Rápida e a Escola Prática de Engenharia, com mais de 2000 militares.