Cormac McCarthy separa-se da máquina de escrever

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Estavam juntos há 50 anos - o escritor norte-americano Cormac McCarthy e a Olivetti Lettera 32 em que dactilografou todos os seus livros publicados e não publicados, mais os rascunhos e a correspondência de uma vida - mas vão separar-se agora, cinco milhões de caracteres depois. A máquina de escrever que deu ao mundo "Este País não é para Velhos" e "A Estrada", e que Cormac McCarthy comprou numa loja de penhores do Tennessee por 50 dólares, em 1963, vai agora ser leiloada, com os lucros da venda a reverterem, por vontade do autor, para o Santa Fe Institute, uma comunidade transdisciplinar de investigadores. É já hoje, na Christie's de Nova Iorque - a leiloeira estima que a Olivetti possa arrecadar entre 15 e 20 mil dólares (10 a 13 mil euros). Parece, mas não é, um preço demasiado alto para uma vulgar máquina de escrever derrotada pelo tempo: "Alguma da mais complexa ficção do pós-guerra, parte da qual é quase do outro mundo, foi escrita numa máquina assim tão simples, funcional e frágil. Isso dá à Olivetti do Cormac uma qualidade praticamente talismânica. É como se o Monte Rushmore tivesse sido esculpido com um canivete suíço", disse ao "New York Times" o livreiro Glenn Horowitz. Foi de resto esse ar apagado que levou McCarthy a trocar a Royal que usou até aos anos 60 pela Olivetti Lettera 32: "Queria a máquina de escrever mais pequena e mais leve que pudesse encontrar".

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Estavam juntos há 50 anos - o escritor norte-americano Cormac McCarthy e a Olivetti Lettera 32 em que dactilografou todos os seus livros publicados e não publicados, mais os rascunhos e a correspondência de uma vida - mas vão separar-se agora, cinco milhões de caracteres depois. A máquina de escrever que deu ao mundo "Este País não é para Velhos" e "A Estrada", e que Cormac McCarthy comprou numa loja de penhores do Tennessee por 50 dólares, em 1963, vai agora ser leiloada, com os lucros da venda a reverterem, por vontade do autor, para o Santa Fe Institute, uma comunidade transdisciplinar de investigadores. É já hoje, na Christie's de Nova Iorque - a leiloeira estima que a Olivetti possa arrecadar entre 15 e 20 mil dólares (10 a 13 mil euros). Parece, mas não é, um preço demasiado alto para uma vulgar máquina de escrever derrotada pelo tempo: "Alguma da mais complexa ficção do pós-guerra, parte da qual é quase do outro mundo, foi escrita numa máquina assim tão simples, funcional e frágil. Isso dá à Olivetti do Cormac uma qualidade praticamente talismânica. É como se o Monte Rushmore tivesse sido esculpido com um canivete suíço", disse ao "New York Times" o livreiro Glenn Horowitz. Foi de resto esse ar apagado que levou McCarthy a trocar a Royal que usou até aos anos 60 pela Olivetti Lettera 32: "Queria a máquina de escrever mais pequena e mais leve que pudesse encontrar".