Esperança, confiança e "novo começo" no dia do Tratado de Lisboa
"Hoje é um dia de esperança para os europeus. Um dia para a história da construção europeia", defendeu o Presidente da República, Cavaco Silva, na cerimónia, que contou com os principais líderes europeus.
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"Hoje é um dia de esperança para os europeus. Um dia para a história da construção europeia", defendeu o Presidente da República, Cavaco Silva, na cerimónia, que contou com os principais líderes europeus.
"Hoje, a Europa fica mais apta, mas simultaneamente mais responsável, para dar resposta aos grandes desafios que tem pela frente. Melhor preparada para enfrentar a crise económica e financeira e as suas consequências sociais", em particular o desemprego, disse.
Para José Sócrates, o dia de hoje marca "um novo começo" no processo de integração europeia: "Este dia é o dia do Tratado de Lisboa. É também um novo começo", uma das datas fundamentais do projecto europeu.
"Um novo começo com o reforço das regras de transparência, de controlo democrático e de eficácia na tomada de decisões (...) para uma Europa mais forte na afirmação dos valores europeus", sublinhou.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou que a entrada em vigor do texto é "um símbolo de uma Europa reunificada, livre e democrática", que conclui "um ciclo de 20 anos da história da Europa".
Dois anos depois de ter sido aprovado em Lisboa - "uma cidade mais europeia que nunca", como a definiu o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero -, a capital portuguesa volta a marcar o nascimento de uma Europa "mais forte e sólida" que pode recuperar "forma, vitalidade, energia e visão", segundo as palavras do chefe do Governo espanhol.
Espanha, que assume a presidência europeia a partir de 1 de Janeiro, quer que os 27 ("os amigos e sócios" da UE) participem nessa tarefa, "numa Europa grande" e que agora "cresceu e enriqueceu" com novos líderes e instituições reforçadas para "o projecto mais ambicioso desde o nascimento da democracia".
Para Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, o Tratado de Lisboa torna "mais eficientes" as estruturas comunitárias, dando aos cidadãos da UE a possibilidade de exigirem à Comissão Europeia que debata determinados assuntos, desde que a petição reúna um milhão de assinaturas.
"Um dia histórico" e "um novo começo" para todos os que acreditam numa Europa forte e transparente, na opinião do primeiro-ministro sueco e presidente em exercício da União Europeia, Fredrik Reinfeldt, para quem o tratado permite "mostrar ao mundo que a União Europeia está mais bem preparada para enfrentar os desafios".
Para Herman Van Rompuy, presidente indigitado da União Europeia, a entrada em vigor do tratado marca "uma nova fase na construção da Europa": "um tratado de oportunidades, uma poderosa ferramenta para enfrentarmos os desafios do nosso tempo".
Todos os intervenientes saudaram o trabalho da presidência portuguesa para conseguir, durante o segundo semestre de 2007, a aprovação do Tratado de Lisboa.
A cerimónia arrancou com uma interpretação do "Hino da Alegria", pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. Rodrigo Leão apresentou um primeiro momento musical, "Misterium", a que se seguiu um filme sobre o Tratado de Lisboa.
Depois dos discursos oficiais, Rodrigo Leão regressou ao palco para interpretar, com o acompanhamento da Orquestra Metropolitana, vários temas do seu álbum "Mãe".
A cerimónia encerrou com um espectáculo de fogo de artifício.