Mega-processo de contrabando de tabaco começa a ser julgado amanhã

Dos 80 arguidos - pronunciados por mais de 300 crimes de associação criminosa, fraude fiscal, contrabando, falsificação, contrafacção de marca, introdução fraudulenta de consumo, entre outros - fazem parte 14 empresas de transporte rodoviário e dois cidadãos estrangeiros.

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Dos 80 arguidos - pronunciados por mais de 300 crimes de associação criminosa, fraude fiscal, contrabando, falsificação, contrafacção de marca, introdução fraudulenta de consumo, entre outros - fazem parte 14 empresas de transporte rodoviário e dois cidadãos estrangeiros.

Da transacção de mais de 102 milhões de cigarros para Inglaterra, os arguidos ter-se-ão apropriado indevidamente de cerca de 14 milhões de euros em impostos fiscais e aduaneiros, aos quais acrescem 1,2 milhões de euros correspondentes aos 12,5 milhões de cigarros introduzidos ilegalmente em Portugal.

Os mais de cinco milhões de maços de tabaco de contrabando eram originários das ilhas Canárias espanholas, Holanda ou Dinamarca e armazenados em Portugal de onde seguiam, dissimulados junto com outras mercadorias, em transportes rodoviários rumo ao Reino Unido.

No início de 2006 a sofisticação do esquema passou por diversificar o tipo de transporte para introduzir tabaco de contrabando em Inglaterra, passando a ser usada a via marítima através de contentores.

A própria dissimulação do produto entre mercadoria legal sofreu várias alterações, chegando os volumes de tabaco a serem cobertos com brócolos.

Também em 2006 a organização começou a comercializar tabaco em território nacional, reorganizando a sua actividade para obter marcas de grande consumo em Portugal.