Identificada molécula responsável por metástases do cancro da mama

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Em Portugal, surgem todos os anos 4500 novos casos de cancro da mama e registam-se 1500 mortes Enric Vives-Rubio

Os investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) descobriram que quando uma mulher apresenta níveis elevados desta proteína tem um pior prognóstico e tende a reagir pior às terapêuticas administradas, o que acontece em um terço dos casos. "Percebemos que sempre que a caderina-P é expressa nos carcinomas as doentes tinham piores prognósticos", explicou ao PÚBLICO Joana Paredes, que liderou a equipa responsável pelo projecto.

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Os investigadores do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) descobriram que quando uma mulher apresenta níveis elevados desta proteína tem um pior prognóstico e tende a reagir pior às terapêuticas administradas, o que acontece em um terço dos casos. "Percebemos que sempre que a caderina-P é expressa nos carcinomas as doentes tinham piores prognósticos", explicou ao PÚBLICO Joana Paredes, que liderou a equipa responsável pelo projecto.

Uma caderina é uma molécula ou proteína responsável pelo mecanismo hemofílico de adesão celular. "Funciona como um fecho éclair", exemplifica Joana Paredes. Quando a caderina-P é muito elevada as células, nomeadamente as cancerígenas, ficam com uma organização interna diferente. Isto é, desprendem-se mais facilmente, tornam-se invasivas e podem entrar na circulação, acabando por afectar outros órgãos onde formam metástases.

Contudo, segundo a investigadora portuguesa é possível desenvolver anticorpos que bloqueiem o aumento desta proteína e que permitam, assim, controlar o aparecimento de metástases. Joana Paredes destaca também que o comportamento desta caderina é oposto ao da caderina-E, associada ao cancro gástrico. Quando os níveis desta proteína são baixos os doentes têm pior prognóstico. Na P, os efeitos são exactamente o contrário e é perante altas quantidades que a célula é induzida a produzir "enzimas que degradam a matriz de suporte".

Em Portugal, surgem todos os anos 4500 novos casos de cancro da mama e registam-se 1500 mortes.