Mais pérolas da Stones Throw

Próximas apostas de uma editora, guiados por quem nela decide. Preparemo-nos para Dâm-Funk, James Pants e Strong Arm Steady.

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James Pants: gosta de “pop quicky”, podia fazer “stand-up comedy”, é um “one-man band”; atenção a “Seven Seeds”

A Stones Throw é muito mais que Mayer Hawthorne. Aliás, para a maior parte dos seus fãs, é uma editora de hip-hop, mas, como diz Alex Robinson, "somos mais que uma editora de hip-hop".

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A Stones Throw é muito mais que Mayer Hawthorne. Aliás, para a maior parte dos seus fãs, é uma editora de hip-hop, mas, como diz Alex Robinson, "somos mais que uma editora de hip-hop".

Robinson falou ao Ípsilon das suas próximas apostas. Vamo-nos preparar para novos discos de Mr Chop, Guilty Simpson, Aloe Blacc, um tipo que soa a Bobby Womack. Mas acima de tudo destaque para Dâm-Funk, James Pants e Strong Arm Steady. Sinopse de Alex Robinson e breve descrição musical nossa.

Dâm-Funk
Chamam-lhe o embaixador do boogie-funk em L.A. Tem dezenas de mixtapes em que reconstrói pérolas obscuras e as mistura com as suas próprias faixas, tornando a sua discografia caótica. É uma figura mistério, "um tipo que funciona apenas na sua frequência", como nos diz Alex Robinson. "Nunca se importa com o que os outros fazem ou fizeram". Alex diz ainda que Dâm-Funk "tem um som único e é muito ambicioso", o que se confirma ouvindo "Toeachizown", disco quíntuplo, e primeiro disco oficial em seu nome (ver crítica nesta edição). "Há anos que Dâm-Funk toca e faz música", conta Alex, levantando o véu sobre a misteriosa figura: "Também toca teclas em discos soul, e tocou bateria na Igreja. É um DJ extraordinário com um enorme instinto. Sendo epítome do cool, nunca tenta impressionar. É uma ‘connaisseur', tem uma colecção enorme de equipamento analógico vintage para conseguir o som que quer". Dica pop: aos dois minutos e picos do vídeo de "Just ain't gonna work out", de Mayer Hawthorne, o black de óculos escuros que fica com a garota é Dâm-Funk.

James Plant
Até agora passeou pelos caminhos do funk, do R&B e do hip-hop. "Para nós", diz Alex, "ele representa a constante procura. Gosta de pop quicky. Podia fazer ‘stand-up comedy' e é um ‘one-man band'". Pants tem dois projectos para sair nos próximos tempos. Já em Dezembro sai "Seven Seeds", "mais psicadélico, muito anos 60 e 70, um pouco escuro, com influências dos pioneiros das electrónicas". Para o ano tem outro disco, ainda sem título, que ele diz ser o seu disco tropical, mais dançável, com vários vocalistas". "Seven Seeds" é disco a que se deve prestar muita atenção: é como se os Joy Division tivessem descoberto o italo-disco, ou como se os Silver Apples convidassem David Tibet (vocalista dos Current 93) e o resultado fosse remisturados pelos cLOUDDEAD.  

Strong Arm Steady
É um colectivo de hip-hop de L.A.: Mitchy Slick, Phil Da Agony e o albino Krondon. Como é norma no hip-hop actual, antes de lançarem um disco oficial os Strong Arm Steady fizeram dezenas de mixtapes que começaram a ganhar crédito nos meios underground. Estrearam-se há dois anos com "Deep Hearted", e em 2009 voltam com "Stoney Jackson". "Este disco", conta Alex "é muito raro, porque é uma colaboração: todas as faixas são produzidas pelo Madlib. É um disco de rap como já não se faz, com algo de old-school, mas não é um disco retro". Recomendamo-lo até à morte: beats magníficos, grandes rapalhadas e desde já uma das faixas do ano, "Cheeba Cheeba", com cordas sumptuosas, num cruzamento entre as ruas e bandas-sonoras de maus filmes de domingo. (Mas há mais: flautas, pianadas, rap da pesada, sons da blaxpotation, vozes femininas em registo Lolita, um mundo.)