Berlim adverte GM de que não vai financiar a reestruturação da Opel
A reestruturação da Opel só será efectiva “se a General Motors suportar o essencial dos custos com os seus próprios recursos financeiros”, declarou a chanceler no primeiro discurso aos deputados do Bundestag desde que foi reconduzida nas funções.
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A reestruturação da Opel só será efectiva “se a General Motors suportar o essencial dos custos com os seus próprios recursos financeiros”, declarou a chanceler no primeiro discurso aos deputados do Bundestag desde que foi reconduzida nas funções.
Também é necessário que “a General Motors reembolse (à Alemanha) o crédito” de 1,5 mil milhões de euros concedidos à Opel para assegurar a sobrevivência da empresa, exigiu Merkel, que indicou “lamentar profundamente” a decisão do construtor norte-americano de conservar a filial europeia.
Enquanto vários dirigentes alemães já se tinham mostrado indignados na semana passada, a chanceler ainda não se tinha exprimido publicamente sobre a reviravolta da General Motors, que para surpresa geral anunciou que queria reestruturar a empresa em vez de a vender ao consórcio Magna-Sberbank.
As declarações de Merkel são uma clara mensagem para a General Motors, cujo patrão Fritz Henderson está hoje na Alemanha, não esperar apoios.
A GM considera que os custos da reestruturação da Opel serão de cerca de três mil milhões de euros, mas um estudo da Moody’s citado pela imprensa alemã estima que estes poderão ser superiores a cinco mil milhões de euros.
A Opel, que passou por várias alterações no último ano, é considerada como estratégica pelo Governo alemão, que quer preservar os 25 mil postos de trabalho em jogo na Alemanha.
O governo norte-americano detém mais de 60 por cento do capital social da General Motors, mas assegurou que não teve qualquer influência nesta decisão sobre a Opel, uma vez que não interfere na gestão da empresa.