Metade dos infectados com gripe A são crianças e jovens em idade escolar
Além dos casos registados em 15 escolas do concelho de Valença - ontem faltaram às aulas 200 alunos, em vez dos 400 de segunda-feira -, a Administração Regional de Saúde do Norte deu conta de novos focos em duas escolas do Porto, uma da Trofa e outra de Valpaços. Na semana de 19 a 25 de Outubro tinham sido afectadas apenas sete escolas, número que subiu para 60 de 26 a 1 de Novembro.
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Além dos casos registados em 15 escolas do concelho de Valença - ontem faltaram às aulas 200 alunos, em vez dos 400 de segunda-feira -, a Administração Regional de Saúde do Norte deu conta de novos focos em duas escolas do Porto, uma da Trofa e outra de Valpaços. Na semana de 19 a 25 de Outubro tinham sido afectadas apenas sete escolas, número que subiu para 60 de 26 a 1 de Novembro.
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação disse ontem que a maioria das escolas não está a cumprir o plano de contingência da gripe A, devido à falta de pessoal para as limpezas exigidas, de sabão e papeleiras nas casas de banho. "As escolas não têm meios para aplicar os planos", criticou o seu vice-presidente, Joaquim Ribeiro, à agência Lusa.
Na última semana contabilizada acorreram aos serviços de saúde 7110 doentes com sintomas gripais, independentemente dos vírus em causa - o número mais alto desde que são feitas estas contabilizações semanais. Em Setembro andava-se pelos dois mil casos.
"Estamos a entrar em fase epidémica", nota Mário Carreira. Apesar de o Ministério da Saúde já não fazer a distinção entre os vários vírus na origem da gripe, Mário Carreira explica que a maior parte das verdadeiras gripes são causadas pelo vírus H1N1, uma vez que "não se regista praticamente nenhuma circulação de vírus da gripe sazonal". Na semana de 19 a 25 de Outubro estavam internados 47 doentes por complicações associadas à gripe, quatro em unidades de cuidados intensivos, números que agora subiram para 63 pessoas hospitalizadas com nove a precisar de cuidados intensivos. O especialista nota que está a haver um aumento da procura dos serviços mas que ainda há capacidade de resposta.
António Diniz, pneumologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui o Santa Maria e Pulido Valente), considera: "Ainda nem começámos a época da gripe sazonal e já estamos com casos e afluência a serviços de saúde a níveis de picos de gripe sazonal". O médico e consultor da DGS para a gripe A diz que "é importante apelar à tranquilidade", mas sublinha que "esta não é uma gripe banal". "Não estou habituado a ter pessoas de 30 a 40 anos internadas com gripe".