Gato Fedorento diz não a mais programas em formato "Daily Show"

Directores de informação encerram hoje o programa que acompanhou duas eleições. Humoristas fazem pausa e voltam ao regime freelance

Foto
O programa com Manuela Ferreira Leite foi o segundo mais visto até dia 21 de Outubro Raquel Esperança

Nuno Santos confirma que houve uma conversa entre o grupo e a SIC para tentar uma continuidade do formato inspirado no´"Daily Show" da americana Comedy Central. Mas os humoristas querem descansar depois desta maratona de mês e meio de directos de segunda a sexta, com o apoio da equipa de quatro jornalistas na pesquisa. "Foi bastante positivo", diz Quintela, mas também "foi muito cansativo". Depois de uma proposta para manter o programa diário, ter-se-á ponderado a passagem a uma lógica semanal. "Eles gostam de procurar fórmulas novas e diferentes", disse apenas o director de programas da SIC. Já José Diogo Quintela explicava ontem ao PÚBLICO que a periodicidade semanal "não teria tanto interesse como um diário, em que comentamos notícias acabadas de sair".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nuno Santos confirma que houve uma conversa entre o grupo e a SIC para tentar uma continuidade do formato inspirado no´"Daily Show" da americana Comedy Central. Mas os humoristas querem descansar depois desta maratona de mês e meio de directos de segunda a sexta, com o apoio da equipa de quatro jornalistas na pesquisa. "Foi bastante positivo", diz Quintela, mas também "foi muito cansativo". Depois de uma proposta para manter o programa diário, ter-se-á ponderado a passagem a uma lógica semanal. "Eles gostam de procurar fórmulas novas e diferentes", disse apenas o director de programas da SIC. Já José Diogo Quintela explicava ontem ao PÚBLICO que a periodicidade semanal "não teria tanto interesse como um diário, em que comentamos notícias acabadas de sair".

Oa Gato Fedorento mantêm a intenção anunciada para o final do seu contrato com a SIC, assinado em Abril de 2008 e que finda com este programa: "Não sabemos quando faremos outra coisa na televisão. A nossa ideia é não assinar contrato com nenhuma estação de televisão. Se, no futuro, viermos a fazer outro programa, nessa altura decidimos o que fazer", explica Quintela, que, com Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores e Miguel Góis compõe o quarteto dos Gato.

Nuno Santos, satisfeito com os resultados de Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios, mantinha ainda a questão em cima da mesa. Após o descanso dos Gato, "a seu tempo, falaremos. Estou convencido que para aquilo que pensem fazer em TV terão uma conversa connosco primeiro", disse o director de programas da SIC. Hoje, o último programa tem como convidados os directores de informação da RTP1 e TVI, José Alberto Carvalho e Júlio Magalhães, e o subdirector de informação da SIC Rodrigo Guedes de Carvalho.

Milhões na TV e na Internet

Os programas mais vistos das 29 emissões que foram para o ar até quarta-feira foram as entrevistas com Paulo Portas e Manuela Ferreira Leite, a roçar uma média de dois milhões de espectadores, seguidas das de Francisco Louçã, Paulo Rangel, Joana Amaral Dias, Marques Mendes e José Sócrates. No dia da estreia com Sócrates, os Gato estabeleceram o seu recorde nosite da SIC - 555 mil visitas.

A partir daí, os Gato Fedorento - cuja única recusa conhecida para uma ida ao programa foi a do Presidente da República - conseguiram fazer com que parte do público que normalmente não adere ao appointment viewing regressasse ao modelo século XX de ver televisão: esperar pela hora certa para assistir ao directo do programa plantado em pleno processo eleitoral duplo. Entre essa parcela das audiências estão os mais jovens.

Nuno Santos faz um "balanço muito bom [do programa], extraordinário mesmo, em várias frentes". Para o horário nobre da SIC, que finalizou Setembro no segundo lugar dos generalistas mais vistos, os Gato "foram talvez a peça mais importante do puzzle" que o canal começou a montar antes do Verão, com programas como "Salve-se Quem Puder" ou "TGV" que trouxeram audiências mais jovens. Os Gato "solidificaram muito essa capacidade de atrair targets mais novos e das classes A e B", reconhece o director de programas.

Para Nuno Santos, o programa "ficará como o grande acontecimento televisivo de 2009. Tiveram um enorme mérito de fazer as pessoas voltar-se novamente para a vida política", alimentando conversas, audiências e números na Internet. Contribuíram para o noticiário político nas autárquicas com a polémica entre Santana Lopes e António Costa sobre o IPO e o Parque Mayer. O programa teve, até quarta-feira, uma média de 1,295 milhões de espectadores no horário nobre da SIC, com 34,1 por cento de média de share (dados Marktest). O programa liderou no sexo masculino, nas classes A/B e C1, nos espectadores com idades entre os 15 e os 54 anos e nas regiões de Lisboa, Porto e Litoral.

Os Gato mantiveram a sua ligação forte à web. Produziram conteúdos para o site da SIC e tiveram lá os seus programas (5,5 milhões de pageviews desde 14 de Setembro, estima o sub-director de informação da SIC Carlos Rodrigues).

No YouTube, somados inúmeros clips,"Esmiúça os Sufrágios" ultrapassa largamente um milhão de visionamentos. E no Facebook, esse termómetro actual de popularidade, o programa tem mais de 38 mil fãs.