Lâmpada incandescente cumpre 130 anos com a certidão de óbito já passada

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Em Outubro de 1879, Thomas Edison conseguiu, com êxito, que a primeira lâmpada eléctrica ficasse acesa durante vários dias DR

As tentativas de pôr a funcionar um suporte de luz eléctrica datam de 1802, mas nenhum aparelho conseguia irradiar luz durante mais de um par de horas.

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As tentativas de pôr a funcionar um suporte de luz eléctrica datam de 1802, mas nenhum aparelho conseguia irradiar luz durante mais de um par de horas.

O sucesso do inventor norte-americano Thomas Edison aconteceu após dois anos de tentativas falhadas. Depois de vários falhanços, um dos assistentes do inventor ter-lhe-á dito algo como isto: “Isto é mau. Todo este trabalho para nada”. Sem se render, o inventor replicou: “Mas nós temos muitos resultados! Temos 700 coisas que não resultaram”.

Finalmente, em Outubro de 1879, Thomas Edison conseguiu, com êxito, que a primeira lâmpada eléctrica (também chamada lâmpada incandescente ou de tungsténio) ficasse acesa durante vários dias. Só registou a patente em Janeiro de 1880, mas a partir dessa data o invento de Edison, de 32 anos, começou a ser produzido em massa.

Um dos factores determinantes para o êxito do invento de Edison foi ter selado em vácuo o filamento aquecido pela passagem da corrente eléctrica. Outro foi ter encontrado por fim uma fibra de bambu com a qual criou um filamento de carbono que se aguentava por centenas de horas.

Na noite de Ano Novo de 1879 para 1880, o norte-americano apresentou o seu invento em público. Tinha colocado lâmpadas em alguns postes da rua e todas se acederem precisamente à meia-noite.

O laboratório de Edison em Menlo Park (Nova Jérsia) é actualmente considerado o primeiro laboratório de investigação organizado do planeta. O inventor usou o dinheiro que tinha ganho com a invenção do sistema telefónico para criar as instalações. Foi igualmente aí que criou o primeiro fonógrafo, o precursor do gramofone, e converteu a localidade no “berço oficial da gravação sonora”.

Mais de 400 inventos surgidos aquando das experiências feitas em Menlo Park estão patenteados. Depois da morte da sua mulher, Mary Stillwey, aos 29 anos de idade, o inventor pegou em todos os seus pertences e inventos e mudou-se para West Orange (igualmente em Nova Jérsia), onde acabou por morrer em 1931, após mais 47 anos de investigações.

Edison - que morreu aos 87 anos - foi um dos mais activos inventores da História, apesar de, em toda a vida, só ter frequentado a escola durante três meses. No final da sua vida, 1093 patentes de inventos tinham a sua assinatura.

Condenada a desaparecer

Mas a lâmpada de Edison demonstrou há alguns anos ser energeticamente ineficiente, uma vez que a maior parte da energia é convertida em calor e não em luz (apenas 10 por cento). Uma lâmpada incandescente de 100 watts pode ser substituída por uma fluorescente compacta de apenas 20 watts. Paralelamente, as lâmpadas eléctricas têm uma vida útil até seis vezes menor que os modelos fluorescentes.

Por este motivo, a União Europeia decidiu que o suporte inventado por Edison deverá sair de circulação nos próximos dois anos.

Até agora, o único motivo que tem impedido a massificação do uso das lâmpadas fluorescentes compactas tem sido o seu preço e, em alguns casos, o tipo de luz que emitem, que muita gente ainda considera ser fria e desconfortável. Mas se for tido em conta a sua maior durabilidade e a sua maior eficiência energética, rapidamente se percebe que a lâmpada de Edison terá que ceder lugar às suas congéneres do século XXI.