Lisboa: Candidato do Bloco diz que António Costa "escusa" de pedir maioria absoluta
“É escusado [António Costa] pedir a maioria absoluta aos lisboetas. O povo português ainda há uma semana disse que não quer maiorias absolutas”, afirmou o candidato bloquista, referindo-se ao sufrágio legislativo de 27 de Setembro em que o Partido Socialista (PS), encabeçado por José Sócrates, venceu por maioria relativa.
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“É escusado [António Costa] pedir a maioria absoluta aos lisboetas. O povo português ainda há uma semana disse que não quer maiorias absolutas”, afirmou o candidato bloquista, referindo-se ao sufrágio legislativo de 27 de Setembro em que o Partido Socialista (PS), encabeçado por José Sócrates, venceu por maioria relativa.
Luís Fazenda falava durante um comício decorrido no quase lotado Teatro Villaret, em Lisboa, que contou com a presença do eurodeputado Miguel Portas, da número dois à Câmara de Lisboa, Natasha Nunes, e do líder do partido, Francisco Louçã.
Para o candidato bloquista, uma eventual maioria absoluta de António Costa funcionaria como uma “eliminação de oposições” com “propostas com conteúdo”, sendo tal cenário “um erro e um vício” a evitar.
“António Costa pode pedir o voto útil, mas já perceberam que este não é para derrotar a candidatura de direita [encabeçada por Santana Lopes], mas para cimentar uma maioria absoluta”, disse Luís Fazenda durante o comício no Villaret.
O candidato do BE ao município da capital levantou ainda a questão referente a um “plano especial de reabilitação” para Lisboa como “bandeira” da campanha do partido, idealizada com o objectivo de devolver as pessoas à capital.
“A cidade precisa de ser revitalizada, de ter maior participação dos cidadãos”, assinalou, daí uma candidatura sob o mote “do lado dos cidadãos”.
Na ocasião, o líder do BE, Francisco Louçã, referiu-se a Luís Fazenda como “o mais incansável” dos dirigentes bloquistas, num ano com três eleições em seis meses.
“São dez anos do Bloco que valeram seis meses e que valerão os próximos quatro anos, ou três, ou dois, o que seja”, assinalou Louçã.
O coordenador do BE referiu-se ainda ao “rotativismo” entre PS e PSD em órgãos políticos, “que tenta também instituir-se nas autarquias”, afirmando que o crescimento do Bloco causou um “imenso rombo” no poder central e uma derrota “imensa na direita”, mesmo com uma “pequena recuperação da extrema-direita parlamentar”.