Novo gasoduto ligará Portugal a Espanha através de Trás-os-Montes
De acordo com a REN, o gasoduto terá 290 quilómetros de comprimento, dos quais 205 quilómetros serão em território nacional.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
De acordo com a REN, o gasoduto terá 290 quilómetros de comprimento, dos quais 205 quilómetros serão em território nacional.
Em comunicado, a REN refere que "a opção vai abrir a porta à gasificação do nordeste transmontano", explicando que os estudos desenvolvidos pelas duas empresas, por encargo dos governos português e espanhol, "confirmaram a zona de Trás-os-Montes como a melhor alternativa à interligação entre os sistemas de gás natural português e espanhol".
"A rede portuguesa estará ligada a partir de Mangualde, enquanto a rede espanhola estará ligada a partir de Zamora", adianta a empresa liderada por José Penedos, em comunicado.
"Esta infra-estrutura que fica proposta e que atravessará grande parte do interior Transmontano será a garantia da autonomia energética desta zona bem como o reforço da segurança do abastecimento do país", adianta a mesma fonte.
O custo do investimento previsto nesta infra-estrutura em Portugal será de 294 milhões de euros. Este montante destina-se à construção do novo gasoduto e ao reforço interno da rede portuguesa.
"O gasoduto Mangualde - Celorico da Beira - Zamora, ao ligar mais directamente as duas redes nacionais de gás com as infra-estruturas de armazenagem subterrânea e os terminais de gás natural liquefeito, valoriza a Península Ibérica como porta de entrada de gás natural no sistema europeu e potencia uma integração progressiva dos dois mercados nacionais", adianta a REN.
A REN considera que a construção deste gasoduto "cria as condições necessárias para o desenvolvimento do Mercado Ibérico de Gás Natural (Mibgas)".
Com a construção do novo gasoduto Portugal ganha também a possibilidade, ainda que num horizonte alargado, de poder ser abastecido por gás russo via gasoduto, uma vez que esta nova infra-estrutura vai permitir ligações aos gasodutos espanhóis, franceses, alemães e russos.
Actualmente, o gás natural comercializado em Portugal é importado do exterior da União Europeia, sendo a Argélia e a Nigéria os dois grandes fornecedores.
O gás proveniente da Argélia chega à Península Ibérica através do gasoduto Magreb-Europa, que entra pelo sul de Espanha e depois em Portugal, na zona de Campo Maior.
Já o gás proveniente da Nigéria é transportado para Portugal em navios e entra no país através do Porto de Sines.
A distribuição de gás no território nacional está a cargo da EDP e da Galp para os consumidores domésticos, enquanto que a REN é responsável pela distribuição para os grossistas.