Câmara do Porto garante que vai reabrir este ano o Museu da Indústria
O actual vereador da CDU e candidato à presidência da Câmara do Porto, Rui Sá, criticou ontem o presidente da autarquia, Rui Rio, porque, “ao contrário do que prometeu, o Museu da Indústria viu interrompida a sua actividade e está encerrado há três anos”. Em resposta às críticas, o vereador Gonçalo Gonçalves afirmou ao PÚBLICO que o museu vai reabrir “até ao final do ano”, depois de atrasos nas obras de adaptação do novo espaço onde está instalado. Atrasos imputáveis, notou, ao proprietário do edifício.
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O actual vereador da CDU e candidato à presidência da Câmara do Porto, Rui Sá, criticou ontem o presidente da autarquia, Rui Rio, porque, “ao contrário do que prometeu, o Museu da Indústria viu interrompida a sua actividade e está encerrado há três anos”. Em resposta às críticas, o vereador Gonçalo Gonçalves afirmou ao PÚBLICO que o museu vai reabrir “até ao final do ano”, depois de atrasos nas obras de adaptação do novo espaço onde está instalado. Atrasos imputáveis, notou, ao proprietário do edifício.
Foi precisamente à porta do armazém na zona industrial do Porto, onde supostamente deveria estar a funcionar o museu, que Rui Sá começou por recordar que o estabelecimento esteve na antiga fábrica das Moagens Harmonia. Mas como a antiga fábrica, juntamente com o Palácio do Freixo, foram cedidos pela Câmara do Porto ao grupo Pestana para criação de uma Pousada de Portugal, foi necessário transferir o Museu da Indústria. Rui Sá citou escritos de 2005, retirados do site da Câmara do Porto na internet, onde se podia ler que a “a reinstalação do museu” evitaria “a suspensão da sua actividade”. O candidato comunista sublinha que não foi isso que aconteceu: “De facto, o museu está encerrado há três anos.” Na sua opinião, “a verdadeira preocupação de Rui Rio” não foi assegurar que o museu continuaria de portas abertas, mas “apenas viabilizar o negócio com o grupo Pestana”.
O autarca comunista teme um “encerramento provisório/definitivo” (caso do Museu de Etnografia, conforme exemplificou) de um estabelecimento que procura preservar duas das vertentes pelas quais o Porto é conhecido: indústria e trabalho. Por outro lado, lamenta que os alunos não possam enriquecer a sua aprendizagem em contacto com o museu e teme que, com o fecho do estabelecimento nos últimos três anos, se tenham perdido espólios importantes, no caso de empresas que encerram e, provavelmente, optam por enviar o seu recheio para a sucata.
Rui Sá desafiou ainda Rui Rio a divulgar o custo do arrendamento do armazém onde deverá voltar a funcionar o museu e o das respectivas obras de adaptação. Já nas respostas aos jornalistas, o vereador/candidato defendeu que a zona industrial do Porto não é o local mais apropriado para o funcionamento do museu. Para Rui Sá, o local previsto para reinstalar o Museu da Indústria “é um desterro, não dispõe de estacionamento e está fora dos circuitos turísticos”. No entanto, apesar de preferir outro local, lançou mais um repto ao presidente da Câmara do Porto: reabrir o museu até Outubro, mês em que está prevista a inauguração da Pousada do Freixo.
O repto acabou por ter resposta nas declarações de Gonçalo Gonçalves ao PÚBLICO. “Sem risco de errar, pode-se dizer que até ao final do ano reabre”, afirmou o vereador da maioria PSD/CDS, assumindo que as obras no espaço - que seriam realizadas pelo dono do armazém, como acordado entre as partes - demoraram mais tempo do que o previsto. Houve complicações, mas “convém dizer que o proprietário do espaço teve um comportamento de registar e estamos isentos do pagamento da renda”, assinalou, esclarecendo um outro aspecto levantado por Sá.
Gonçalo Gonçalves adiantou ainda que os serviços administrativos já estão instalados e a funcionar no novo edifício, no qual foram também já coladas algumas das máquinas que serão exibidas, e que, no final acabarão por ser mais do que as que cabiam nas antigas instalações, notou, em defesa da opção tomada pela autarquia.