Antigo militar norte-americano pede desculpa por massacre no Vietname
O massacre foi um momento de viragem na opinião pública norte-americana sobre a guerra no Vietname. Agora com 66 anos, William Calley foi convidado a dirigir-se a um pequeno grupo de uma comunidade em Colúmbia, Georgia, e acabou por referir-se ao que aconteceu naquele dia de uma forma que nunca tinha feito em público. “Sinto remorsos pelos vietnamitas que morreram, pelas suas famílias, pelos soldados americanos envolvidos e pelas suas famílias. Lamento muito.”
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O massacre foi um momento de viragem na opinião pública norte-americana sobre a guerra no Vietname. Agora com 66 anos, William Calley foi convidado a dirigir-se a um pequeno grupo de uma comunidade em Colúmbia, Georgia, e acabou por referir-se ao que aconteceu naquele dia de uma forma que nunca tinha feito em público. “Sinto remorsos pelos vietnamitas que morreram, pelas suas famílias, pelos soldados americanos envolvidos e pelas suas famílias. Lamento muito.”
Calley tinha sido condenado a prisão perpétua em 1971 pelo seu envolvimento no massacre, mas o Presidente Nixon alterou a pena para três anos de prisão domiciliária. Na altura do massacre, o exército norte-americano estava envolvido em operações para “procurar e destruir” os rebeldes vietnamitas. A companhia de Calley não terá encontrado inimigos, mas acabou por cercar vietnamitas desarmados e disparar sobre eles.
Calley falou sobre o assunto na quarta-feira, mas só agora se soube uma vez que se dirigia a uma audiência restrita. No dia do massacre, dezenas de pessoas foram colocadas num canal de irrigação e depois mortas com armas automáticas. Entre 70 e 80 pessoas foram mortas directamente por Calley ou por pessoas sob o seu comando no centro da aldeia.
Durante vários meses não se soube o que tinha acontecido, até que uma investigação do jornalista Seymour Hersh revelou o massacre. Agora, na conferência em Colúmbia, Calley considerou que obedecer a uma ordem ilegal é também um acto ilegal. “Se me estão a perguntar por que não os enfrentei quando me foram dadas as ordens, tenho de dizer que era um segundo tenente a receber ordens de um comandante e segui-as... estupidamente, penso”.