“2666”, de Roberto Bolaño, será lançado a 26 de Setembro
Esta obra do escritor chileno (1953 – 2003), falecido prematuramente aos 50 anos, vítima de doença hepática, é considerada a sua obra-prima – Bolaño reincide em alguns dos temas de livros anteriores (os escritores, o universo da literatura, a crítica literária, a memória da ditadura), associando-os a histórias terríveis, como o assassinato de 280 mulheres numa cidade perto do deserto de Sonora, no México.
À agência Lusa, Francisco José Viegas, editor da Quetzal, explicou que “2666” é “um romance grandioso, maior do que o Ulysses [de James Joyce], uma espécie de narrativa de Borges em ponto grande, que junta literatura e violência de uma forma inédita, ininterrupta, ultrapassando o puro fantástico da literatura latino-americana”.
Em Portugal estão já traduzidos três livros de Bolaño: “Nocturno Chileno” (Gótica), “Os Detectives Selvagens” (Teorema) e “Estrela Distante” (Teorema). Há dois anos, os EUA descobriram a obra deste autor e assistiu-se a uma verdadeira “Bolañomania”, com o aplauso da crítica e das publicações especializadas (em 2007 o jornal “The New York Times” colocou “Os Detectives Selvagens” na lista dos cinco melhores livros publicados nos EUA).
Viegas nota que Bolaño é, de facto, “uma das grandes revelações” da literatura contemporânea, e afirma que se a “Bolañomania” pegar em Portugal os leitores estarão a fazer a distinção entre a literatura e aquilo que é “a sua imitação vagamente comercial”. “Depois de ter lido Bolaño a nossa vida muda um pouco. Não se pode esquecer aquilo que ele deixou escrito, e que é uma tempestade, uma torrente, um delírio, como deve ser a literatura”, acrescenta o editor.
“2666” é a primeira de uma série de obras póstumas do autor chileno que a Quetzal se prepara para editar. Em Fevereiro do próximo ano será publicado, em simultâneo com a edição espanhola, o inédito “O Terceiro Reich”, seguindo-se “A Literatura Nazi na América”, “Amuleto”, “A Pista de Gelo” e “Putas Assassinas”.
Poeta e romancista, Roberto Bolaño nasceu na capital chilena, Santiago, em 1953, tendo-se mudado, aos 15 anos, para a Cidade do México. Trotskista, o escritor envolveu-se activamente na política e abandonou o liceu, rumando depois para El Salvador. De regresso ao México, em 1974, faz reaparecer o movimento literário “Infrarrealismo”, reunindo um grupo de poetas mexicanos e chilenos que tenta combater a chamada “cultura oficial”.
Durante os anos 70 viajou ainda pela Europa e acabou por ficar em Barcelona, com a mulher e dois filhos. Nos últimos anos da sua vida, já doente, dedicou-se febrilmente à escrita, de forma a deixar um legado literário que evitasse deixar a sua família numa situação precária.
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Esta obra do escritor chileno (1953 – 2003), falecido prematuramente aos 50 anos, vítima de doença hepática, é considerada a sua obra-prima – Bolaño reincide em alguns dos temas de livros anteriores (os escritores, o universo da literatura, a crítica literária, a memória da ditadura), associando-os a histórias terríveis, como o assassinato de 280 mulheres numa cidade perto do deserto de Sonora, no México.
À agência Lusa, Francisco José Viegas, editor da Quetzal, explicou que “2666” é “um romance grandioso, maior do que o Ulysses [de James Joyce], uma espécie de narrativa de Borges em ponto grande, que junta literatura e violência de uma forma inédita, ininterrupta, ultrapassando o puro fantástico da literatura latino-americana”.
Em Portugal estão já traduzidos três livros de Bolaño: “Nocturno Chileno” (Gótica), “Os Detectives Selvagens” (Teorema) e “Estrela Distante” (Teorema). Há dois anos, os EUA descobriram a obra deste autor e assistiu-se a uma verdadeira “Bolañomania”, com o aplauso da crítica e das publicações especializadas (em 2007 o jornal “The New York Times” colocou “Os Detectives Selvagens” na lista dos cinco melhores livros publicados nos EUA).
Viegas nota que Bolaño é, de facto, “uma das grandes revelações” da literatura contemporânea, e afirma que se a “Bolañomania” pegar em Portugal os leitores estarão a fazer a distinção entre a literatura e aquilo que é “a sua imitação vagamente comercial”. “Depois de ter lido Bolaño a nossa vida muda um pouco. Não se pode esquecer aquilo que ele deixou escrito, e que é uma tempestade, uma torrente, um delírio, como deve ser a literatura”, acrescenta o editor.
“2666” é a primeira de uma série de obras póstumas do autor chileno que a Quetzal se prepara para editar. Em Fevereiro do próximo ano será publicado, em simultâneo com a edição espanhola, o inédito “O Terceiro Reich”, seguindo-se “A Literatura Nazi na América”, “Amuleto”, “A Pista de Gelo” e “Putas Assassinas”.
Poeta e romancista, Roberto Bolaño nasceu na capital chilena, Santiago, em 1953, tendo-se mudado, aos 15 anos, para a Cidade do México. Trotskista, o escritor envolveu-se activamente na política e abandonou o liceu, rumando depois para El Salvador. De regresso ao México, em 1974, faz reaparecer o movimento literário “Infrarrealismo”, reunindo um grupo de poetas mexicanos e chilenos que tenta combater a chamada “cultura oficial”.
Durante os anos 70 viajou ainda pela Europa e acabou por ficar em Barcelona, com a mulher e dois filhos. Nos últimos anos da sua vida, já doente, dedicou-se febrilmente à escrita, de forma a deixar um legado literário que evitasse deixar a sua família numa situação precária.