Maria João Pires confirma pedido de dupla nacionalidade
Numa nota enviada pelo seu advogado à agência noticiosa Lusa, é repudiada a forma como foi noticiada a "suposta vontade" da pianista de renome internacional de vir a "renunciar à nacionalidade portuguesa", decisão motivada por uma "suposta zanga" com o Governo por "alegada falta de apoio à actividade da Associação Belgais", que Maria João Pires fundou perto de Castelo Branco.
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Numa nota enviada pelo seu advogado à agência noticiosa Lusa, é repudiada a forma como foi noticiada a "suposta vontade" da pianista de renome internacional de vir a "renunciar à nacionalidade portuguesa", decisão motivada por uma "suposta zanga" com o Governo por "alegada falta de apoio à actividade da Associação Belgais", que Maria João Pires fundou perto de Castelo Branco.
A polémica surgiu depois de um encontro ocasional entre a intérprete e um jornalista num centro comercial de Lisboa, durante o qual Maria João Pires teria revelado a alegada intenção de abandonar Portugal, optando por se tornar cidadã brasileira, de acordo com o relato do PÚBLICO e da rádio Antena 1.
Carta do advogadoA carta do advogado garante que a hipótese de optar por acrescentar a nacionalidade brasileira à portuguesa vinha sendo admitida há três anos pela pianista e tem por justificação o facto de "ter a sua vida organizada nesse país" e pretender ir viver para o Brasil.
"Grave e descabida" é como considera a interpretação de que essa atitude teria a ver com os últimos incidentes relacionados com a Associação de Belgais, actualmente gerida pela filha de Maria João Pires e a braços com dificuldades financeiras (houve mesmo arresto de bens pelo tribunal), pelo que corre o risco de encerrar.
O advogado classifica do mesmo modo as "constantes insinuações de que Maria João Pires retirou algum benefício pessoal dos apoios que foram concedidos pelo Estado Português, nomeadamente pelo Ministério da Educação", à Associação de Belgais. Reitera também a intenção, que igualmente diz ter desde há três anos, de se "afastar de todos os projectos a que durante anos se dedicou em Portugal até à exaustão, no que se inclui a exaustão dos seus recursos próprios".