MP vai processar sobrinho de Isaltino Morais por “falsas declarações” em tribunal

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O sobrinho de Isaltino, Leandro Alves, invocou por diversas vezes "falta de memória" Rui Gaudêncio (arquivo)

“Vai ser instaurado um processo-crime contra si por causa das falsas declarações prestadas hoje", disse a presidente do colectivo de juízes ao sobrinho do autarca de Oeiras que hoje foi ouvido por videoconferência no tribunal de Sintra, desde a Suíça.

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“Vai ser instaurado um processo-crime contra si por causa das falsas declarações prestadas hoje", disse a presidente do colectivo de juízes ao sobrinho do autarca de Oeiras que hoje foi ouvido por videoconferência no tribunal de Sintra, desde a Suíça.

Ao longo do seu depoimento, Leandro Alves foi avisado por inúmeras vezes pelo procurador do Ministério Público (MP) de que estava sob juramento e que teria de falar a verdade.

O sobrinho de Isaltino Morais confirmou em tribunal que exerce a profissão de taxista e que a sua mulher é proprietária de um salão de beleza, justificando que é com estas duas profissões que o seu agregado familiar juntou os cerca de 300 mil euros depositados numa conta do autarca na Suíça, e que Isaltino Morais afirma pertencerem ao sobrinho.

Quando questionado pelo MP sobre se na altura em que depositou esse dinheiro (de 2001 a 2003) seria toxicodependente, Leandro Alves negou, levando o procurador Luís Eloy a ler a transcrição de uma conversa telefónica entre o autarca de Oeiras e o sobrinho, na qual Isaltino Morais diz que o sobrinho “gastava o dinheiro todo na droga”.

“Andei dez anos a trabalhar e gastaste tudo em seis meses. Não te posso dar dinheiro para a droga”, leu o procurador, adiantando que “é evidente que um toxicodependente não amealha este dinheiro [300 mil euros]”.

A posição de Leandro Alves irritou a juíza e o procurador, já que por sucessivas vezes justificou a “falta de memória” com o tempo que já decorreu desde 2003, altura em que o caso se tornou mediático e que, segundo o taxista, forçou o autarca de Oeiras a deslocar-se à Suíça para levantar e dividir o dinheiro depositado numa conta em seu nome, mas que conteria montantes do autarca, da sua irmã e do sobrinho.

Neste momento encontra-se a ser ouvida a mulher de Leandro Alves.