Constâncio admite "alguma ingenuidade" mas recusa culpabilização da supervisão

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Ingenuidades sim, mas não houve falha de supervisão, diz Vítor Constâncio Luís Ramos/PÚBLICO (arquivo)

"Querer culpabilizar o Banco de Portugal por não ter descoberto essas fraudes é uma e um ataque a uma instituição que é das melhores que este país tem", afirmou Vítor Constâncio perante os deputados da Comissão de Inquérito ao Caso BPN e Supervisão Inerente.

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"Querer culpabilizar o Banco de Portugal por não ter descoberto essas fraudes é uma e um ataque a uma instituição que é das melhores que este país tem", afirmou Vítor Constâncio perante os deputados da Comissão de Inquérito ao Caso BPN e Supervisão Inerente.

Vítor Constâncio explicou ainda que o material recolhido pelo supervisor foi remetido para o Ministério Público (MP) e que estes elementos "contribuíram bastante para, juntamente com a informação que o MP tinha, conduzir à prisão preventiva do doutor Oliveira e Costa" no âmbito da operação furacão.

Segundo o governador do BdP, terá sido devido à pressão do supervisor, após ser confirmada a posse do Banco Insular pelo BPN, que foram confessadas as fraudes existentes no banco.

"Esse aperto acabou por dar resultados, não foi mais ninguém que veio dizer que havia uma fraude ao Banco de Portugal, foi o aperto que fizemos desde Junho que levou a essa confissão", afirmou.

Vítor Constâncio afirmou que a falha em descobrir as fraudes no Banco Insular e no Balcão Virtual "não é uma falha da supervisão" e que "não são os supervisores nacionais a descobrir as grandes fraudes"

O responsável explicou também que quando da mudança de administração e tomada de posse de Miguel Cadilhe como presidente da SLN "não havia uma razão para intervir no banco", algo que nessa altura só teria "acelerado as dificuldades do banco"

"O que se procurou foi encontrar confiança com a nova administração. Procurámos trabalhar com a administração de Miguel Cadilhe para encontrar soluções para salvar o banco", disse, acrescentando que "até ao Verão" as duas equipas achavam "que ainda era possível salvar o banco no âmbito da iniciativa privada".