Caixa já injectou 2,55 mil milhões de euros no BPN
"Sinto que a alienação será o melhor caminho", defendeu Francisco Bandeira, o actual presidente do BPN nomeado pela CGD após a nacionalização em Setembro. Na conferência de apresentação das contas de 2008, Bandeira revelou um prejuízo de 572,5 milhões de euros e uma situação patrimonial negativa de 1,6 mil milhões. "Quero dizer-lhes [aos trabalhadores] que valeu a pena terem apostado na instituição." O presidente executivo adiantou que após a nacionalização o número de clientes do BPN aumentou 21 por cento, cifrando-se agora em 285 mil.
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"Sinto que a alienação será o melhor caminho", defendeu Francisco Bandeira, o actual presidente do BPN nomeado pela CGD após a nacionalização em Setembro. Na conferência de apresentação das contas de 2008, Bandeira revelou um prejuízo de 572,5 milhões de euros e uma situação patrimonial negativa de 1,6 mil milhões. "Quero dizer-lhes [aos trabalhadores] que valeu a pena terem apostado na instituição." O presidente executivo adiantou que após a nacionalização o número de clientes do BPN aumentou 21 por cento, cifrando-se agora em 285 mil.
Instado a pronunciar-se sobre o futuro do BPN, disse que até ao final da semana vai entregar às autoridades um relatório sobre as várias soluções de futuro para o banco. "Se o accionista concordar, acho que o próximo passo será pôr o CaixaBI a preparar o banco para a venda", confessou Bandeira, que admite que a CGD possa fazer uma proposta de aquisição "caso não apareçam outras ofertas" (as redes comerciais da CGD e do BPN coincidem em 80 por cento, o que reduz o interesse numa concentração). Em todo o caso, Bandeira sublinhou que "têm sido sinalizados vários interesses", de instituições nacionais e estrangeiras. A venda do BPN permitirá ao Estado recuperar parte das verbas aplicadas na instituição para travar a sua falência.
Vender França e BrasilO BPN já está, aliás, a negociar alguns activos isolados, como o BPN França, o BPN Brasil (uma parceria com o BAI) e o hospital de Leiria. Sobre o futuro do Banco Efisa (braço de investimento do BPN), ainda não há uma decisão, embora esteja em curso uma avaliação, e para a Real Vida "não foi possível encontrar um interessado".
A gestão de Bandeira afirmou que à data da nacionalização a CGD tinha injectado 235 milhões de euros no BPN, valor que subiu para 315 milhões de euros nos dias seguintes. No final de 2008, esta verba era já de 1,455 mil milhões de euros, mas os apoios estatais viriam a disparar para 2,555 mil milhões de euros.
A actual gestão do BPN justificou a injecção de dinheiros públicos com a necessidade de compensar a queda de recursos de clientes, na ordem de 1,6 mil milhões de euros, a redução dos créditos obtidos pelo BPN junto de outros bancos e o apoio aos fundos imobiliários. Por sua vez, o vice-presidente, Norberto Rosa, observou que no final de 2007 existiam 6,855 mil milhões de euros de responsabilidades de crédito por contabilizar no balanço e que os fundos de investimento apresentavam um "buraco" de 206 milhões de euros. Já as aplicações em obras de arte estavam sobreavaliadas em 2,5 milhões de euros.
A actual gestão do BPN confirmou existirem "mais de uma dúzia de processos disciplinares em curso, todos eles a quadros de topo, mas que outros se avizinham". Bandeira notou que "quando chegámos [ao BPN] não havia nenhum". Sob investigação estão os prémios atribuídos aos gestores pela gestão de Abdool Vakil. Em 2008 o BPN teve quatro presidentes: Oliveira Costa foi substituído por Vakil, que cederia o lugar a Miguel Cadilhe, que, por sua vez, saiu para dar lugar a Francisco Bandeira, nomeado pelo Governo por indicação da CGD após a nacionalização.
Notícia actualizada às 7h15 de dia 2