Maria de Lurdes Rodrigues enfrenta sábado a oitava manifestação de docentes

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MAria de Lurdes Rodrigues já bateu o recorde de permanência no cargo de ministro da Educação desde o 25 de Abril Nuno Ferreira Santos

Maria de Lurdes Rodrigues enfrenta sábado mais uma manifestação nacional de professores, em Lisboa, convocada por todos os sindicatos do sector, exigindo a suspensão do actual modelo de avaliação de desempenho e uma "efectiva" revisão do Estatuto da Carreira Docente.

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Maria de Lurdes Rodrigues enfrenta sábado mais uma manifestação nacional de professores, em Lisboa, convocada por todos os sindicatos do sector, exigindo a suspensão do actual modelo de avaliação de desempenho e uma "efectiva" revisão do Estatuto da Carreira Docente.

Ministra da Educação desde 12 de Março de 2005, se terminar o seu mandato vai bater o tempo de permanência no cargo de José Veiga Simão (15 de Janeiro de 1970 a 25 de Abril de 1974), tendo já ultrapassado por dois dias Roberto Carneiro (17 de Agosto de 1987 a 31 de Outubro de 1991), sendo estes os dois ministros que mais tempo permaneceram no cargo nos últimos 40 anos.

E se continuar no Governo depois das eleições legislativas deste ano poderá chegar, por exemplo, ao recorde de Inocêncio Galvão Telles, ministro da Educação Nacional de 4 de Dezembro de 1962 a 19 de Agosto de 1968.

No entanto, Maria de Lurdes Rodrigues foi provavelmente a ministra da Educação mais criticada pelos sindicatos de professores e, seguramente, a que presenciou as maiores manifestações de docentes.

Durante o seu tempo de permanência à frente da Avenida 05 de Outubro, realizaram-se cinco grandes greves nacionais de docentes, uma das quais com uma adesão de 94 por cento, segundo os sindicatos, e de 66,7 por cento, segundo a tutela.

Os docentes realizaram ainda outras três paralisações, mais específicas: aos exames nacionais, distribuídas por quatro dias e por regiões, outra às actividades não lectivas, como as aulas de substituição, e recentemente uma paralisação entre as 08:00 e as 10:30.

Quanto a manifestações, Maria de Lurdes Rodrigues sobreviveu a sete protestos de rua, dois dos quais organizados pelos movimentos independentes de professores, e aos maiores de sempre realizados pela classe.

A 08 de Março de 2008 estiveram em Lisboa cerca de 100 mil docentes, números confirmados pela PSP, e oito meses depois cerca de 120 mil, segundo os sindicatos.

Mas os protestos dos sindicatos também passaram pelo montar de tendas à porta do ministério, com a realização de três vigílias, e por dois cordões humanos.

Os abaixo-assinados também foram outra forma de luta escolhida pelas estruturas sindicais. Em mais de quatro anos e quase três meses, Maria de Lurdes Rodrigues recebeu no seu gabinete resmas de folhas de papel, correspondentes a oito abaixo-assinados e mais de 320 mil assinaturas.

Apesar de toda a contestação, a ministra recebeu sempre a confiança do primeiro-ministro, que já lhe agredeceu publicamente o trabalho desenvolvido.

"Valeu a pena resistir, não desistir, enfrentar as dificuldades. Este é o caminho para o sucesso", afirmou José Sócrates a 26 de Janeiro, tecendo elogios a Maria de Lurdes Rodrigues e agradecendo pelos resultados obtidos.