Campos e Cunha pensa que Portugal vai sair "chamuscado" da crise

"É possível que a economia [mundial] esteja a atingir o seu ponto mais baixo e no final do ano podemos já estar a recuperar", afirmou Luís Campos e Cunha, numa mesa redonda sobre crise financeira e económica, organizada pelo Instituto de Defesa Nacional.

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"É possível que a economia [mundial] esteja a atingir o seu ponto mais baixo e no final do ano podemos já estar a recuperar", afirmou Luís Campos e Cunha, numa mesa redonda sobre crise financeira e económica, organizada pelo Instituto de Defesa Nacional.

Quanto a Portugal, o ex-ministro das Finanças considerou que o país "vai sair particularmente chamuscado" da actual crise.

No entanto, o ex-ministro de José Sócrates considerou que havia alguns elementos desta crise que eram "menos penalizadores para Portugal".

Entre eles, estão a situação orçamental que "em 2007 estava razoavelmente sob controlo, mas que em 2008 o défice sem receitas extraordinárias já foi de 3,7 por cento do PIB".

Além disso, Campos e Cunha lembrou que em Portugal não havia 'subprime', nem bolha imobiliária e os preços do petróleo e dos bens alimentares estavam a cair.

No entanto, "para resolvermos um problema não é suficiente conhecê-lo", rematou.

O ex-ministro das Finanças Campos e Cunha considera também que, em Portugal, o mercado está a viver o maior ataque desde 1975 e defendeu a existência de componentes variáveis nos salários como forma de aumentar a flexibilidade das empresas. "O mercado está sob um ataque como não se via desde 1975", disse.

O ex-ministro da Finanças afirmou que "o mercado vai ter de ganhar espaço político que vai perder por um certo populismo".

A este propósito, Campos e Cunha manifestou-se contra um corte geral de salários defendido por alguns economistas e a favor da existência de componentes variáveis nos salários dos trabalhadores.

"Nada melhor do que uma componente variável de remuneração como forma automática para aumentar a flexibilidade das empresas para se ajustarem à crise", afirmou, acrescentando que é "importante retomar esta ideia".

O ex-ministro considerou ainda que a discussão mundial sobre a atribuição de bónus nada tem a ver com o que se passa em Portugal, onde a dimensão é menor.