Morreu o escritor uruguaio Mario Benedetti
O escrito uruguaio Mario Benedetti morreu ontem na sua casa de Montevideu, informou a família. Deixa mais de 80 obras: romance, poesia e conto. No ano passado publicou "Testemunha de um mesmo" e em Setembro disse aos jornalistas que estava a terminar um livro de poesia chamado "Biografia para encontrar-se", escreve o site da televisão brasileira Globo.
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O escrito uruguaio Mario Benedetti morreu ontem na sua casa de Montevideu, informou a família. Deixa mais de 80 obras: romance, poesia e conto. No ano passado publicou "Testemunha de um mesmo" e em Setembro disse aos jornalistas que estava a terminar um livro de poesia chamado "Biografia para encontrar-se", escreve o site da televisão brasileira Globo.
Tinha 88 anos e estava doente - a última hospitalização devera-se a problemas nos intestinos. Mas, descreve o jornal espanhol "El País", "tinha começado a morrer muito antes; há três anos faleceu a sua mulher, Luz, com que viveu toda a vida, na liberdade e no desterro".
Benedetti dizia que o prémio mais importante era ter leitores, conta o diário "El Mundo". Mas o uruguaio foi reconhecido com vários, incluindo o Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana, em 1999, em Espanha, ou o Iberoamericano José Martí, em 2001.
O romance que o tornou conhecido em todo o mundo, "A Trégua", foi publicado em 1960, mas só em 2007 seria traduzido para português, pela Cavalo de Ferro. Soma mais de uma centena de edições em 19 línguas e foi adaptado ao cinema, televisão, teatro e rádio. É uma história de amor: um homem que ao chegar à reforma descobre um amor louco com uma mulher com metade da sua idade.
Mario Benedetti nasceu no Uruguai em 1920. Começaria a publicar 29 anos depois e a sua obra é uma das mais importantes da literatura sul-americana. Forçado ao exílio pela ditadura militar, viveu na Argentina, no Peru, em Cuba e em Espanha.
"Era afinal (e esta expressão cunhou-a ele) um desexilado. Mas a sua alma sofreu as feridas de todos os exílios", escreve Juan Cruz num artigo publicado no site do "El País". E face às feridas da doença e do exílio, continua Cruz, manteve-se sempre "na defesa da alegria".