Cerca de 13 mil idosos em lista de espera para conseguir lugar num lar
O presidente da CNIS, padre Lino Maia, ressalvou que "não existem dados numéricos consistentes" sobre o número de idosos em lista de espera para entrar numa instituição. "O que acontece é que há idosos que se inscrevem em várias instituições na expectativa da primeira vaga que conseguirem e, portanto, isso falseia um bocado os dados", explicou.
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O presidente da CNIS, padre Lino Maia, ressalvou que "não existem dados numéricos consistentes" sobre o número de idosos em lista de espera para entrar numa instituição. "O que acontece é que há idosos que se inscrevem em várias instituições na expectativa da primeira vaga que conseguirem e, portanto, isso falseia um bocado os dados", explicou.
O responsável considera que este número tem vindo a estabilizar e apontou algumas razões que poderão estar na origem desta situação, como as famílias precisarem do apoio monetário do idoso e uma "aposta maior em apoio domiciliário". "Eu imagino que todo este conjunto de circunstâncias de crise leve as pessoas a fazerem mais contas, a prever mais o futuro e a evitar inscreverem-se [num lar] porque não sabem se irão precisar dessa comparticipação para sobreviver", justificou.
Questionado sobre as residências assistidas de luxo para a terceira idade, o padre Lino Maia afirmou que são uma "mais-valia" e não concorrem com as instituições de solidariedade. "Não é para o mesmo tipo de pessoa", comentou, acrescentando que "estes grandes complexos para idosos, que estão ligados a empresas lucrativas fortes, têm um alvo claro".
De um modo geral, acrescentou, "os lares de idosos das instituições de solidariedade são bons, têm um acompanhamento muito grande das assistentes sociais, condições e apostam na qualidade, mas é evidente que a excelência dos serviços é outro tipo de resposta do mercado".
Segundos dados do Instituto Nacional de Estatística, a população com mais de 65 anos já representava 17,1 por cento da população em 2005, mas as projecções do INE para 2008-2060 prevêem que, em 2060, residirão no país 271 idosos por cada 100 jovens, mais do dobro do valor projectado para 2009 (116 idosos por cada 100 jovens).
Os dados da Carta Social 2007, do Gabinete de Estatística e Planeamento do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, referem que existem 1662 lares de idosos em Portugal, com uma capacidade de resposta de 65 455 lugares e que estão ocupados com 63 576 utentes.