Farense vai vender Estádio S. Luís para recuperar passado glorioso

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A venda do Estádio de São Luís pode ajudar a compensar uma dívida superior a dez milhões de euros Nuno Jesus (arquivo)

No espaço de 10 anos, o clube viajou da glória - a presença na Taça UEFA (1995/96), em que foi eliminado na 1.ª eliminatória pelo Lyon (França) - à decadência, com a descida aos distritais (2005/06), por decisão dos responsáveis, que desistiram da III Divisão Nacional.

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No espaço de 10 anos, o clube viajou da glória - a presença na Taça UEFA (1995/96), em que foi eliminado na 1.ª eliminatória pelo Lyon (França) - à decadência, com a descida aos distritais (2005/06), por decisão dos responsáveis, que desistiram da III Divisão Nacional.

Fundado a 1 de Abril de 1910, por um grupo de jovens que descobriu o futebol junto dos marinheiros ingleses, o emblema viu nascer aquele recinto em 1922, então denominado Santo Stadium, em homenagem ao mentor da obra, Manuel Santo.

Mais tarde, na década de 60, o estádio passou para domínio da autarquia, que o devolveu ao clube, em 1986, embora a questão da posse dos terrenos e do recinto ainda seja polémica, mais de duas décadas depois.

Nesta altura, já o Farense era uma equipa com várias participações na I Divisão do futebol português, na qual só estabilizou a partir de 1990, após a presença, como finalista vencido (derrotado pelo Estrela da Amadora), na final da Taça de Portugal 89/90.

Depois de uma primeira parte da década de 90 com excelentes resultados - entre 1990 e 1995, a equipa então orientada pelo espanhol Paco Fortes conseguiu um quinto lugar, que a levou à Taça UEFA, dois sextos lugares e um oitavo lugar -, a acumulação de dívidas começou a gerar um passivo incontrolável, agora estimado em mais de 10 milhões de euros.

A criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), em 1999, foi a solução encontrada para melhorar a gestão, mas nem a presença de accionistas espanhóis, designadamente, a Halcon, conseguiu resolver os problemas, que pioraram com a descida à Liga de Honra, em 2002.

Neste período, entre 1990 e 2002, a equipa e o estádio viveram os seus melhores momentos de glória: o S. Luís até passou a ser designado por "inferno" entre os adeptos dos outros clubes, devido ao ambiente intenso que os adeptos do Farense criavam aos adversários.

Nas épocas seguintes, o emblema de Faro foi descendo sucessivos patamares do futebol português, até que, em 2005, os responsáveis da SAD optaram por suspender a equipa de futebol.

Um ano depois, o clube reactivou o futebol sénior, que alcançou duas subidas consecutivas, estando agora a lutar pela promoção à II Divisão Nacional.