"A humanidade como um todo e cada nação têm de se mobilizar para resolver os problemas a uma escala global, têm que olhar para os mecanismos da governação global e isso coloca-se quer em relação à questão económica, quer em relação à questão financeira, quer em relação a esse outro grande património da humanidade que são os recursos naturais", disse Francisco Nunes Correia no final da segunda edição dos prémios BES-Biodiversidade.

"A humanidade como um todo e cada nação têm de se mobilizar para resolver os problemas a uma escala global, têm que olhar para os mecanismos da governação global e isso coloca-se quer em relação à questão económica, quer em relação à questão financeira, quer em relação a esse outro grande património da humanidade que são os recursos naturais", disse Francisco Nunes Correia no final da segunda edição dos prémios BES-Biodiversidade.

"As exigências ambientais sempre actuaram como um estímulo para o desenvolvimento da economia porque apelam para a inovação, porque apelam para formas de produção mais eficientes e para uma melhor utilização dos recursos", apontou Nunes Correia.

"Nesse sentido, aquilo que à primeira vista pode parecer uma restrição, globalmente acaba por contribuir por levar a economia para um patamar superior de eficiência", acrescentou.

Exemplos disso são, na opinião do ministro, os dois projectos hoje premiados no âmbito da iniciativa BES-Biodiversidade, distinguidos cada um com 37,5 mil euros.

"O nosso principal objectivo é promover a conservação da biodiversidade e todas as outras actividades de exploração e de uso dos recursos naturais são implementadas tendo em conta este objectivo. Temos pecuária, temos sinergética, temos turismo, mas todas estas acções naquele território são medidas através de um programa de monitorização de forma a não estragarem a biodiversidade", explicou Bárbara Pinto, directora do Parque Natureza de Noudar, em Barrancos, um dos vencedores.

Igualmente premiada foi a empresa Flagdate Partnership pela apresentação de um novo modelo de vinha para a região do Douro. "O valor do prémio permite de facto recuperar uma vinha que precisávamos de transformar e é nisso que vamos de facto utilizar esse valor e até já disse ao director do BES que provavelmente a essa vinha vamos chamar vinha BES-Biodiversidade", adiantou um dos administradores do grupo empresarial, Albino Jorge.

De um total de 37 projectos apresentados, os dois vencedores recolheram o voto consensual e unânime de todo o júri. "Eram os dois projectos que tinham uma dimensão já implantada no terreno muito significativa, projectos que têm sustentabilidade, que têm um compromisso, por parte das duas empresas, de manutenção ou de reforço da aposta no estudo da biodiversidade e na sua conservação e por estarem envolvidas em ecossistemas e em regiões do país que são especialmente importantes", explicou um dos membros do júri, Nuno Ferrand de Almeida, do Centro de Investigação de Biodiversidade e Recursos Genéticos, justificando assim a escolha.

O prémio BES-Biodiversidade foi criado em 2007, fruto de uma parceria entre a instituição bancária, o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e o Centro de Investigação de Biodiversidade e Recursos Genéticos com o objectivo de premiar e apoiar projectos e iniciativas inovadoras de investigação, conservação e gestão da diversidade biológica em Portugal.

No primeiro ano foram recebidas 34 candidaturas e o vencedor foi o projecto IBA Marinhas - áreas importantes para as aves no mar - da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).