Os últimos poetas continuam a ser únicos

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Na era em que a América elegeu Obama para Presidente, os The Last Poets continuam a soletrar versos para "combater o medo, a apatia e a indiferença" da sociedade, diz um dos membros ligados ao início do grupo, Umar Bin Hassan.

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Na era em que a América elegeu Obama para Presidente, os The Last Poets continuam a soletrar versos para "combater o medo, a apatia e a indiferença" da sociedade, diz um dos membros ligados ao início do grupo, Umar Bin Hassan.

A formação dos "poetas" em 1968, um mês após o assassinato de Martin Luther King, classificou-os como "Godfathers of the WorldWide Hip- Hop Nation". Os pioneiros do hiphop e do rap deram voz às comunidades afro-americanas, verbalizando o "Black Pride" através da forte incidência da percussão africana na sua discografia. Quarenta anos depois, os que eram os últimos poetas, reafirmam que "ainda há espaço para a poesia e que ela está mais forte do que nunca". Vão estar na Casa da Música hoje, às 22h.

"A América continua a tentar crescer, mas poderá não conseguir e, de facto, a vitória de Obama é para o Obama" porque, para Umar Bin Hassan, " a vitória do poeta será a manutenção da palavra do Presidente".

Mas "o hip hop precisa de um novo som, um som que fale mais alto, e que fale mais no interior das camadas jovens". O hip-hop protagonizado pelos poetas continua a ser o lirismo revolucionário das últimas décadas e continua a encontrar pontos de referência "no soul... e nas almas".

O trio Umar Bin Hassan, Abiodun Oyewole e Babatude, ligado ao grupo quase desde o princípio, e acompanhado por Jamaaladeen Tacuma, Shannon Jackson e Robert Irving III, apresenta hoje uma "amostra sonora", sempre com a "palavra falada" e "o jazzoetry" ( jazz e poesia) como veículo da poesia social. Será uma retrospectiva sobre a carreira ou um update musical sem crise de meia-idade: para saber " terão de ir e ver por vocês mesmos", desafia Umar Bin Hassan.