The International - A Organização
"A Organização" tem a cabeça no lugar certo: nos grandes "thrillers" liberais-paranóicos dos anos 1970, tal como cristalizados por Sidney Pollack("Os Três Dias do Condor", 1975) ou Alan J. Pakula ("A Última Testemunha", 1974). Ou não fosse esta a história de um agente da Interpol obcecado com levar à justiça uma tentacular organização escondida por trás da fachada de um banco luxemburguês, desviando o verdadeiro poder global da política para a economia - o que acerta na mouche nos tempos que vivemos em que um espirro financeiro se torna numa recessão mundial.
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"A Organização" tem a cabeça no lugar certo: nos grandes "thrillers" liberais-paranóicos dos anos 1970, tal como cristalizados por Sidney Pollack("Os Três Dias do Condor", 1975) ou Alan J. Pakula ("A Última Testemunha", 1974). Ou não fosse esta a história de um agente da Interpol obcecado com levar à justiça uma tentacular organização escondida por trás da fachada de um banco luxemburguês, desviando o verdadeiro poder global da política para a economia - o que acerta na mouche nos tempos que vivemos em que um espirro financeiro se torna numa recessão mundial.
O problema, depois, é outro - como é que se torna uma história de lavagem de dinheiro num thriller de acção - e Tom Tykwer, o cineasta alemão de "Corre Lola Corre" (1998) - mas também de "O Perfume", 2006 -, nem o resolve mal durante dois terços da duração, através de uma "caça ao homem" que começa em Berlim, passa por Milão e acaba em Nova Iorque com uma espectacular cena de acção no interior do Museu Guggenheim que só por si vale o filme. Só que o formalismo geométrico de Tykwer, e a presença carismática de Clive Owen em modo panela-de-pressão, é traído à vista da meta pelo guião de Eric Warren Singer, que na última meia hora se decide a resolver o beco-sem-saída de todos os "thrillers" paranóicos através de uma reviravolta de 180 graus seguida de uma guinada absolutamente lamentável que ata as pontas da fita antes do laço estar feito e deixa o espectador com a sensação de fraude. É pena que assim seja, porque os primeiros 90 minutos, assinalavelmente geridos, são de outro filme que merecia melhor.