Histórias de Cabaré

Depois do existencialismo metafísico do extraordinário "Maria Madalena", Abel Ferrara "descontrai-se" com esta comédia largamente improvisada sobre uma noite infernal num cabaret rasca nova-iorquino à beira do colapso: o proprietário é um jogador compulsivo que não hesita em hipotecar o futuro do clube num colossal número de bilhetes de lotaria, as strippers estão à beira da revolução por não serem pagas há dois dias, a senhoria não se cala com a ordem de despejo.


A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois do existencialismo metafísico do extraordinário "Maria Madalena", Abel Ferrara "descontrai-se" com esta comédia largamente improvisada sobre uma noite infernal num cabaret rasca nova-iorquino à beira do colapso: o proprietário é um jogador compulsivo que não hesita em hipotecar o futuro do clube num colossal número de bilhetes de lotaria, as strippers estão à beira da revolução por não serem pagas há dois dias, a senhoria não se cala com a ordem de despejo.


Há ternura genuína de Ferrara por estas personagens, que por vezes recordam uma versão mais canalha do "Agente da Broadway" de Woody Allen, mas quando o realizador mostra onde quer chegar já é tarde demais: "Histórias de Cabaret" já se perdeu numa longuíssima série de "sketches" de inspiração variável que se esticam muito para lá do que seria justificável, aos quais nem o elenco de luxo consegue emprestar interesse.

Ferrara sempre foi um cineasta desigual, mas mesmo assim esperávamos bastante melhor de "Histórias de Cabaret".