EUA aprovam pacote de conservação ambiental mais importante dos últimos 15 anos
Ao todo são mais de 160 novas regras de conservação do território natural americano. A medida mais importante prende-se com a protecção de cerca 800 mil hectares do território americano, espalhado por nove estados. Estes terrenos passam a ser considerados "área selvagem", o que impede a exploração de petróleo ou gás natural dentro dos seus limites. Neste conjunto encontram-se parques, rios, florestas e desertos.
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Ao todo são mais de 160 novas regras de conservação do território natural americano. A medida mais importante prende-se com a protecção de cerca 800 mil hectares do território americano, espalhado por nove estados. Estes terrenos passam a ser considerados "área selvagem", o que impede a exploração de petróleo ou gás natural dentro dos seus limites. Neste conjunto encontram-se parques, rios, florestas e desertos.
O OPLM prevê também a oficialização do National Landscape Conservation System (NLCS), um organismo que será responsável pela preservação ambiental de 10 milhões de hectares controlados pelo governo federal norte-americano. O organismo funcionará dentro do Bureau of Land Managment (BLM) e protegerá cerca de 650 locais considerados os mais relevantes a nível histórico e ambiental nos Estados Unidos. O NLCS foi criado em 2000, ainda durante a Administração Clinton, mas até agora não tinha sido tornado oficial por nenhuma lei.
A estas duas medidas juntam-se o lançamento do primeiro programa federal com vista a investigar as causas da acidificação dos oceanos e o aumento no financiamento para a protecção de estuários e áreas costeiras ecologicamente importantes.
"Esta é das legislações mais importantes das últimas décadas, no sentido de proteger e preservar os recursos mais preciosos da nossa nação para as gerações futuras", afirmou Barack Obama ontem, durante a assinatura do documento.
"Apesar de termos feitos alguns progressos, os nossos recursos naturais continuam a desaparecer", disse o secretário do Interior americano, Ken Salazar durante a cerimónia de assinatura. "Este é um primeiro passo hercúleo no plano de Obama para proteger o nosso território" acrescentou.
A Câmara dos Representantes aprovou estas medidas, com 285 votos a favor e 140 contra, uma semana após ter sido votada pelo Senado. Alguns republicanos criticaram este pacote por proibir a exploração de combustíveis fôsseis. De acordo como o site noticioso Bloomberg, o representante republicano Tom McClintock terá chamado a nova medida de "roubo de terra em massa", e afirmou que "uma aquisição de terra sem pés nem cabeça que bloqueia o acesso ao gás natural e a outros recursos" não era a melhor forma de proteger o bem comum. Ken Salazar contradisse estas críticas: "Aqueles que insistem em que esta medida serve para puxar o tapete às indústrias do petróleo e gás natural estão completamente errados, pois já existem milhões e milhões de acres disponíveis para a exploração destes recursos", afirmou Salazar aos jornalistas, depois do voto.
A assinatura do OPLM foi aplaudida pelo Sierra Club, o maior grupo ambientalista norte-americano. "Numa altura em que o aquecimento global transforma os habitats naturais e as fontes de alimentação, é cada vez mais importante proteger as florestas e rios selvagens que nos restam", declarou o grupo num comunicado.