Dupla Sedução
"Dupla Sedução" quer ser, ao mesmo tempo, uma comédia romântica herdeira do classicismo hollywoodiano mais tradicionalista e um caleidoscópio de espionagem igualzinho ao que Stanley Donen patenteou nos anos 1960 com fitas como "Charada". Mas também uma sátira apropriada aos nossos dias de poder corporativo e accionistas exigindo retornos rápidos, e uma meta-comédia romântica que põe a nu os problemas de confiança nas relações modernas.
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"Dupla Sedução" quer ser, ao mesmo tempo, uma comédia romântica herdeira do classicismo hollywoodiano mais tradicionalista e um caleidoscópio de espionagem igualzinho ao que Stanley Donen patenteou nos anos 1960 com fitas como "Charada". Mas também uma sátira apropriada aos nossos dias de poder corporativo e accionistas exigindo retornos rápidos, e uma meta-comédia romântica que põe a nu os problemas de confiança nas relações modernas.
Provavelmente, o caderno de encargos foi excessivo para Tony Gilroy, argumentista da série Bourne em segundo ensaio de realização após "Michael Clayton", que monta com uma precisão de relojoeiro a sua história de espionagem e contra-espionagem no meio da cosmética de consumo e coloca tudo a correr à volta de um MacGuffin que Hitchcock não desdenharia - mas isso apenas nos desvia do que realmente interessa, que é a química escaldante entre Julia Roberts e Clive Owen e algum do melhor diálogo de comédia romântica que ouvimos há muito tempo no cinema americano.
Mais ritmo, mais romance e menos espionagem industrial e "Dupla Sedução" seria perfeito.