“Este não é mais um filme de super-heróis”, dizem os actores ao Ípsilon

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A mensagem dos actores é: "Este não é mais um filme de super-heróis. É diferente". "Watchmen - Os Guardiões" estreia-se quinta-feira em Portugal e o elenco, carregado de adjectivos intelectuais para descrever o seu filme, não hesita em dizer que só aceitou estar num filme baseado num "comic" por ser este. Se fosse "X-Men" provavelmente não teriam acedido ao desafio dos estúdios. Patrick Wilson, Billy Crudup, Carla Gugino e Malin Akerman são Silk Spectre, Dr. Manhattan, Nite Owl II e Silk Spectre II e estiveram em Londres a falar com os jornalistas.

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A mensagem dos actores é: "Este não é mais um filme de super-heróis. É diferente". "Watchmen - Os Guardiões" estreia-se quinta-feira em Portugal e o elenco, carregado de adjectivos intelectuais para descrever o seu filme, não hesita em dizer que só aceitou estar num filme baseado num "comic" por ser este. Se fosse "X-Men" provavelmente não teriam acedido ao desafio dos estúdios. Patrick Wilson, Billy Crudup, Carla Gugino e Malin Akerman são Silk Spectre, Dr. Manhattan, Nite Owl II e Silk Spectre II e estiveram em Londres a falar com os jornalistas.

O filme de Zack Snyder ("300") baseado na novela gráfica de Alan Moore e Dave Gibbons teve um parto difícil mas, depois de anos de espera para obter luz verde para filmar e outros tantos meses de luta entre estúdios para discutir quem detinha os direitos sobre a história, está nas salas. A expectativa é grande para saber quais os resultados de um filme que quer assumidamente apanhar a boleia de "O Cavaleiro das Trevas", abordagem realista e negra à narrativa BD, mas que continua a ser um filme de posters coloridos, iconografia "in your face" e de elenco alargado.

O elenco, no entanto, não está cheio de Tobey Maguires. "Acho que o Zach [Snyder] contratou conscientemente um elenco de actores que adoram desaparecer nas suas personagens e que são actores de personagem por natureza", explicou Carla Gugino num hotel do Soho londrino. A actriz, mais conhecida pela participação em séries de TV como "A Vedeta" (traço que partilha com a outra Silk Spectre, Malin Akerman), vinca que estes são actores que normalmente não olhariam duas vezes para um guião de um filme baseado num "comic". Porque são cada vez mais, porque houve desastres como "Daredevil" ou mesmo "Quarteto Fantástico", porque o dinheiro não é tudo.

Há uma semana, questionada na roda de imprensa sobre se teria aceite um convite para entrar num filme como "X-Men", Gugino respondeu de imediato: "Isto é infinitamente mais interessante". Sentado ao seu lado, Patrick Wilson, novamente no seu peso habitual depois da engorda a que se submeteu voluntariamente para interpretar Dan Dreiberg e o seu alter-ego Nite Owl II, só tem elogios para Alan Moore e para Zack Snyder pela oportunidade de integrar um filme de super-heróis... diferente.

"Nunca sentimos que estamos fornecer ‘mão-de-obra' para um género, nem temos de sacrificar a integridade artística para fazer este filme. Quem pensa isso está mal informado", explicou o protagonista de "Pecados Íntimos" e "Hard Candy".

Informemo-nos, então: "Watchmen - Os Guardiões" é uma narrativa sobre heróis mascarados, sim. Mas só um, Dr. Manhattan, tem mesmo poderes sobre-humanos fruto de uma mutação genética acidental (uma das âncoras do género) e os restantes são vigilantes à margem do poder instituído ou mercenários a soldo do Governo. No livro, e no filme, acolhem-se e questionam-se os arquétipos do género.

"Essa é a grande descoberta" em "Watchmen", diz Billy Crudup, no mesmo sofá mas noutra ronda de entrevistas. "Garantiram-me que não passaria da página 4 de um guião de um filme de estúdio baseado num livro de BD", recorda. "E era só isso que eu sabia sobre [este projecto]", que era um filme/comic, o tipo cujos guiões "normalmente não subvertem as minhas expectativas". Porquê? "Não são muito interessantes para mim, as personagens não estão delineadas de forma elaborada e a viagem psicológica não é grande coisa", enumera o actor de "Big Fish" ou "Quase Famosos". Mas com o guião de Watchmen na mão, "passada uma página e meia soube que estava a fazer uma coisa completamente diferente.  

Malin Ackerman ("27 Vestidos") diz que adora "filmes estrangeiros [leia-se não americanos] porque nunca há uma fórmula. "Nunca sabemos o que esperar e possivelmente não sabemos quem são os actores. E podemos desaparecer nas personagens com eles". No caso de "Watchmen", "apesar de serem grandes actores, não é o Tom Cruise". Ou seja, o filme não está povoado de estrelas de cinema, está cheio de actores. Não é veículo ou o "filme de" uma celebridade em versão supernova, é simplesmente "Watchmen".

O Ípsilon viajou a convite da Lusomundo