Fundo de João Talone compra grupo Generis por 200 milhões de euros
"A Magnum Capital Industrial Partners, sociedade ibérica de private equity, juntamente com Paulo Paiva dos Santos, concluiu a aquisição da Generis e das suas subsidiárias em Espanha e no Médio Oriente, bem como das restantes empresas do Grupo FARMA-APS: MER, BIOGENERIS, INVENTIS e CLINTEX", anunciou a sociedade.
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"A Magnum Capital Industrial Partners, sociedade ibérica de private equity, juntamente com Paulo Paiva dos Santos, concluiu a aquisição da Generis e das suas subsidiárias em Espanha e no Médio Oriente, bem como das restantes empresas do Grupo FARMA-APS: MER, BIOGENERIS, INVENTIS e CLINTEX", anunciou a sociedade.
Fonte da Magnum garantiu à Lusa que não se prevêem alterações nos quadros administrativos da Generis, pelo que não haverá despedimentos.
Os trabalhadores das fábricas de Loures e da Amadora também não têm os seus postos de trabalho em perigo, adiantou a mesma fonte.
O negócio está avaliado em cerca de 200 milhões de euros e com esta operação o grupo será detido em 78,58 por cento pela Magnum Capital, que conclui assim a terceira operação de relevo em Portugal, após o investimento na Enersis e no Grupo Vendap.
Além do fundo liderado por João Talone, asseguram participação na empresa Paulo Paiva dos Santos, presidente da Generis, e a sua família, que ficam com 20,95 por cento do capital e Pedro Moura, administrador e director-geral, que fica com os restantes 0,47 por cento.
Com um resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações [EBITDA] estimado de 20 milhões de euros em 2008, a Generis apresenta-se como tendo "a liderança do mercado dos genéricos, com cerca de 10 por cento de quota de mercado, tendo crescido sustentadamente nos últimos 5 anos", focando-se no desenvolvimento, produção, licenciamento, venda e marketing de medicamentos genéricos e produtos hospitalares.
João Talone, sócio-fundador da Magnum Capital, acredita que esta é uma boa oportunidade para adquirir "a empresa líder (...) num sector que tradicionalmente tem estado fechado às sociedades de private equity devido ao forte poder de compra das próprias farmacêuticas".
"Entendemos que este é um negócio muito atractivo que vive um momento de forte crescimento, com uma tendência irreversível para aumentar o peso dos genéricos em Portugal", refere o gestor, anteriormente ligado a empresas como o BCP e a EDP.
Paulo Paiva dos Santos, que continuará à frente do negócio assegurando a presidência da empresa considera que o caminho é o mais adequado para proporcionar a contínua profissionalização do Grupo e a consolidação da posição de liderança, cujo crescimento em Portugal e no estrangeiro pode agora ser suportado por um forte accionista institucional".
A Magnum é a primeira sociedade Ibérica de Capital Privado (private equity) liderada por João Talone, Ángel Corcóstegui e Enrique de Leyva, e conta com cerca de 866 milhões de euros em fundos próprios, provenientes de investidores institucionais da Penísula Ibérica e dos maiores institucionais internacionais.
O consórcio dos Bancos financiadores neste operação foi liderado pelo BESI e integrou o Banif, BPI, CGD e Santander Totta, e como consultores intervieram também o BESI e a KPMG na área financeira e a Mckinsey e a IMS na área estratégica e sectorial.