Relatório da ONU indica que Israel cometeu crimes de guerra em Gaza
Richard Falk sublinha que Telavive deveria ter ajudado os civis de Gaza a escaparem das zonas de guerra e argumenta que a angústia mental por que passou a população foi tão grande que todos poderão ser considerados vítimas de guerra.
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Richard Falk sublinha que Telavive deveria ter ajudado os civis de Gaza a escaparem das zonas de guerra e argumenta que a angústia mental por que passou a população foi tão grande que todos poderão ser considerados vítimas de guerra.
“Israel cometeu crimes de guerra” durante a sua campanha de 22 dias na Faixa de Gaza e deverá haver um relatório independente acerca da sua actuação, disse o investigador.
Falk indicou ainda que Israel não fez nenhum esforço para ajudar os cidadãos a escapar ao conflito.
“Fechar pessoas numa zona de guerra evoca o pior tipo de memórias internacionais do Gueto de Varsóvia”, disse Falk, que é judeu, referindo-se ao encarceramento e assassinato de judeus na capital polaca durante o regime nazi, na II Guerra Mundial.
Falk, cuja entrada em Israel foi negada duas semanas antes do assalto inicial a Gaza, no dia 27 de Dezembro, recusou ainda o argumento dado por Israel, de que o ataque foi levado a cabo como forma de “legítima defesa”, dado que o Hamas continuava a disparar “rockets” em direcção a Israel a partir de Gaza.
“Do meu ponto de vista, a ONU e a lei internacional não dão a Israel a fundamentação legal para poder reclamar legítima defesa”, disse.
Para além de Israel não ter apenas disparado, em retaliação, para as zonas a partir de onde foram disparados os “rockets” do Hamas, Telavive recusou-se a negociar com a organização islamista, evitando uma solução diplomática, indicou Falk.
Cerca de 1300 palestinianos, muitos deles civis, foram mortos e 5000 ficaram feridos em consequência do conflito. Do lado israelita morreram dez soldados e três civis.