Nigga Poison, vozes da resistência

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Anuncia-se um concerto de Nigga Poison e, naturalmente, entusiasmamo-nos. Afinal, o grupo de Karlon e Praga, pessoal de produção bissexta que rima desde o distante ano de 1994, é um dos melhores do hip hop nacional. Nele, convivem uma forte voz activista, seguidora das pisadas dos pioneiros Public Enemy, e uma expressão musical, personalizada, que se desdobra por vários continentes.

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Anuncia-se um concerto de Nigga Poison e, naturalmente, entusiasmamo-nos. Afinal, o grupo de Karlon e Praga, pessoal de produção bissexta que rima desde o distante ano de 1994, é um dos melhores do hip hop nacional. Nele, convivem uma forte voz activista, seguidora das pisadas dos pioneiros Public Enemy, e uma expressão musical, personalizada, que se desdobra por vários continentes.

A sua música tem centro perfeitamente delimitado - Portugal - , mas estende o olhar além dele e enriquece-se: ouvem-se ecos de Kingston ou do Bronx, de Paris, Luanda ou Cabo Verde. E isso, porque dá origem a canções como a liricamente voraz, sonicamente explosiva "Governo gosta di paka" ou a dolente "Deixa di leru leru", matéria para entorpecer os sentidos - ambas de "Resistentes", o álbum de estreia editado em 2006 -, obriganos a prestar-lhes atenção e a entusiasmarmo-nos quando se anuncia um concerto como o de esta noite no Musicbox.

Neste caso, o entusiasmo surge acompanhado de grande curiosidade: Karlon e Praga preparam-se para editar o seu segundo álbum e é provável que o palco do clube no Cais do Sodré sirva para testar o novo material. O disco foi montado com DJ Maskarilha e, entre os convidados, estão nomes como Sam The Kid, Laton (dos angolanos Kalibrados), GEB, Sílvio Rosado (Nicorette) ou Beat Laden.