Amado revela que Portugal está disponível para receber presos de Guantánamo
Numa carta enviada aos homólogos da UE e ao alto representante Javier Solana por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Luís Amado aponta Guantánamo como uma das “questões difíceis” que a comunidade internacional enfrenta e aponta “o consenso” sobre a necessidade de encerrar o centro de detenção nele instalado.
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Numa carta enviada aos homólogos da UE e ao alto representante Javier Solana por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, Luís Amado aponta Guantánamo como uma das “questões difíceis” que a comunidade internacional enfrenta e aponta “o consenso” sobre a necessidade de encerrar o centro de detenção nele instalado.
Nesse sentido, e citando “as já saudadas intenções da nova Administração norte-americana” para encerrar o centro onde estão detidos mais de 200 suspeitos de terrorismo, o chefe da diplomacia portuguesa defende o envolvimento da UE nessa tarefa: “Por uma questão de princípio e de coerência, devemos dar um sinal claro da nossa vontade de ajudar o governo dos EUA a resolver o problema, nomeadamente através do acolhimento dos detidos”. “No que respeita ao governo português, estaremos disponíveis para participar nesse esforço”, lê-se na carta.
Em declarações aos jornalistas, em São Bento, a meio das audiências com os partidos para preparar a cimeira europeia desta semana, Luís Amado lembrou que esta “não é a primeira vez que Portugal se manifesta disponível” para contribuir para o encerramento do presídio.
“Aproveitei a circunstância das celebrações do 60º aniversário da Declaração dos Direitos do Homem para voltar a insistir com os parceiros da União Europeia, no sentido de se dar a mão aos Estados Unidos para resolver um problema que tem perturbado as relações transatlânticas”, explicou.
“O sinal que pretendemos dar é o da disponibilidade de o Governo português” para “resolver um problema complexo do ponto de vista jurídico”, justificou, voltando a lembrar que Barack Obama “revelou muito firme na proposta de encerrar Guantanamo como centro de detenção”. Assim sendo, Amado acredita que a “nova Administração norte-americana contará seguramente com o apoio dos aliados europeus”.
Na carta que enviou aos seus homólogos, o chefe da diplomacia português propões que “assunto seja debatido "num dos próximos conselhos de ministros da UE” e lembra o “trabalho já feito pela presidência francesa” que iniciou “uma importante reflexão sobre o futuro das relações transatlânticas”.