Investigador português Lino Ferreira recebe Prémio Crioestaminal 2008
Em Portugal morrem todos os anos cerca de 3300 pessoas com enfarte do miocárdio. "É um problema de saúde pública de grandes proporções a nível mundial. Em Portugal, em média, morrem diariamente 18 pessoas devido a enfarte e outras sofrem um processo de degeneração que leva ao enfarte", recordou o investigador de Coimbra, em declarações à Lusa. Segundo o cientista - pós-doutorado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) no domínio das células estaminais, biomateriais e micro-nanotecnologias -, o objectivo é "tentar inverter este processo de degeneração" do músculo cardíaco.
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Em Portugal morrem todos os anos cerca de 3300 pessoas com enfarte do miocárdio. "É um problema de saúde pública de grandes proporções a nível mundial. Em Portugal, em média, morrem diariamente 18 pessoas devido a enfarte e outras sofrem um processo de degeneração que leva ao enfarte", recordou o investigador de Coimbra, em declarações à Lusa. Segundo o cientista - pós-doutorado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) no domínio das células estaminais, biomateriais e micro-nanotecnologias -, o objectivo é "tentar inverter este processo de degeneração" do músculo cardíaco.
"A capacidade de regeneração do músculo cardíaco é limitada e insuficiente", observou, adiantando que, "mais cedo ou mais tarde, as pessoas com enfarte do miocárdio acabam por ter problemas, porque o coração não consegue bombear o sangue com a mesma eficiência". O trabalho de investigação em apreço, que se encontra numa fase inicial e será desenvolvido nos próximos quatro anos, referiu Lino Ferreira, contempla a propagação em laboratório de células estaminais embrionárias humanas para dar origem a células cardíacas em grande número.
Outras plataformas do projecto compreendem o "transplante eficiente" destas células no músculo cardíaco e a monitorização do enxerto celular, dimensões que conferem um carácter inovador ao projecto, disse ainda o investigador. "Actualmente, há algumas abordagens da terapia celular para a regeneração cardíaca, envolvendo outras células estaminais, nomeadamente da medula óssea, cujos efeitos terapêuticos estão a ser avaliados em ensaios clínicos", referiu Lino Ferreira.
Promover projectos portuguesesNa opinião da presidente da AVAC, Maria Manuel Mota, “a investigação científica nacional deve ser mais incentivada por apoios privados de forma a tornar-se mais competitiva a nível internacional”. Por seu lado, Raul Santos, Administrador e director-geral da Crioestaminal, refere que o prémio pretende sublinhar “o potencias da investigação portuguesa”, em especial na biomedicina, e abrir “portas para o seu reconhecimento nacional e internacional”.
O galardão, de 20 mil euros, será entregue hoje à tarde no Parque de Biotecnologia de Portugal, em Cantanhede. “A selecção do vencedor foi efectuada por um júri internacional composto por especialistas de reconhecido valor em áreas da biomedicina e oriundos de instituições como o Institut Pasteur, Institut Curie, ambos em França, o Institute for Stem Cell Research da Escócia, o National Institute for Medical Research de Inglaterra e o MIT dos Estados Unidos”, lê-se no comunicado da AVAC.
O primeiro Prémio Crioestaminal foi atribuído, em 2005, à investigadora Sandra de Macedo Ribeiro, do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, para desenvolver um estudo sobre a base molecular da Doença de Machado-Joseph.
Em 2006, o foi entregue ao investigador Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, para financiar um projecto que utiliza técnicas inovadoras de microscopia de alta resolução e microcirurgia laser em células vivas para estudar a um novo nível a multiplicação celular.
O terceiro foi atribuído em 2007 a Mónica Bettencourt Dias, líder de um grupo de investigação no Instituto Gulbenkian de Ciência, para apoiar um estudo sobre uma estrutura celular que pode desempenhar um papel importante na infertilidade e no cancro.