Morreu a cantora sul-africana Miriam Makeba
A artista participava num evento contra o racismo e o crime organizado, em apoio ao escritor Roberto Saviano, autor do famoso livro “Gomorra” sobre a máfia italiana. Enquanto agradecia ao público, Makeba sentiu-se mal e desmaiou. Viria depois a falecer durante a noite em resultado de um ataque cardíaco no hospital de Castel Volturno. Já há alguns anos que a cantora sul-africana tinha problemas de saúde.
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A artista participava num evento contra o racismo e o crime organizado, em apoio ao escritor Roberto Saviano, autor do famoso livro “Gomorra” sobre a máfia italiana. Enquanto agradecia ao público, Makeba sentiu-se mal e desmaiou. Viria depois a falecer durante a noite em resultado de um ataque cardíaco no hospital de Castel Volturno. Já há alguns anos que a cantora sul-africana tinha problemas de saúde.
Miriam Makeba nasceu a 4 de Março de 1932 nos subúrbios de Joanesburgo. Foi a primeira mulher cantora negra da África do Sul a conseguir obter reconhecimento internacional e era também conhecida como um ícone da luta contra o "apartheid".
O seu primeiro sucesso foi alcançado ao lado do grupo “The Manhattan Brothers” em 1959. No ano seguinte, quando tentou regressar ao seu país para assistir ao funeral da mãe, o governo sul-africano impediu-a de entrar e pouco tempo depois a sua música foi proibida.
Em resultado, Miriam Makeba viveu 31 anos em exílio nos Estados Unidos, Europa e na Guiné, até voltar à sua terra natal em 1990, a pedido de Nelson Mandela.
A sul-africana foi também a primeira mulher negra a ganhar um Grammy (o mais prestigiado prémio de música), honra que partilhou com o cantor norte-americano Harry Balafonte em 1965. Dois anos depois conseguiria alcançar a fama internacional ao gravar “Pata Pata”, uma música inspirada nas danças dos subúrbios de Joanesburgo.
Em 1968, casou-se com Stokely Carmichael, líder do grupo "Panteras Negras" (partido negro revolucionário norte-americano), o que fez com que a sua editora decidisse rescindir o contrato.
Na sua autobiografia, Makeba diz, citada pelo “El País”: “Eu preservei a minha cultura, preservei a música das minhas origens. E, graças a isso, consegui converter-me nesta voz e imagem de África e do seu povo, sem ser consciente do meu feito”.