Manuela Ferreira Leite acusa Sócrates de não ser confiável

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Ferreira Leite encerrou as jornadas do partido em Évora Luís Ramos (arquivo)

No discurso com que encerrou as jornadas parlamentares do PSD, em Évora, Manuela Ferreira Leite salientou a importância de se confiar naqueles que exercem o poder, dizendo que "nada será eficaz se não se confiar em quem decide".

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No discurso com que encerrou as jornadas parlamentares do PSD, em Évora, Manuela Ferreira Leite salientou a importância de se confiar naqueles que exercem o poder, dizendo que "nada será eficaz se não se confiar em quem decide".

Logo em seguida, a presidente do PSD procurou classificar o primeiro-ministro, José Sócrates, como um político em quem não se pode confiar, acusando-o de incoerência.

"Não podemos confiar em alguém que diz hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, que afirma algo como se fosse verdade e depois age exactamente ao contrário do que apregoou", defendeu, referindo-se ao pagamento das dívidas do Estado anunciado no domingo pelo Governo.

Segundo Manuela Ferreira Leite "há inúmeros exemplos desta duplicidade".

A presidente do PSD referiu-se depois ao "episódio da apresentação do orçamento [do Estado para 2009] assinado por quatro ministros".

"O Governo introduz uma importante alteração à lei do financiamento dos partidos, que tentou que passasse despercebida a todos os deputados. Denunciada a iniciativa, o Governo apressou-se a desmentir, acusando a oposição de erro de interpretação. Depois evoluiu para a gralha. Finalmente negou conhecer sequer a existência da norma e do seu autor", descreveu.

"Como se pode confiar num Governo que entrega na Assembleia da República um documento com a importância da lei orçamental sem sequer verificar o que ele contém?", questionou.

Manuela Ferreira Leite acrescentou mais à frente que "na verdade com o engenheiro Sócrates nunca se sabe de que lado está a verdade" e apontou como exemplo "o que se passou com a crise financeira".

"Por um lado, actuou sempre como se tivesse sido apanhado de surpresa. Depois assegurou que Portugal era imune à crise. Afinal há dez dias numa entrevista afirmou que 'a crise financeira já era visível no início deste ano'. Como se pode confiar num primeiro-ministro que não tomou em consideração na sua actuação política um facto desta gravidade? E agora confessa que afinal já a conhecia desde o início do ano?", interrogou a presidente do PSD.