Guerra Colonial: 150 mil homens ingerem fármacos por sofrerem de stress de guerra
"São homens, antigos militares nas ex-colónias portugueses, que estão a tomar fármacos para minorar os efeitos do stress de pós-traumático de guerra", disse à Lusa Augusto Freitas, médico e presidente da APVG - Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra.
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"São homens, antigos militares nas ex-colónias portugueses, que estão a tomar fármacos para minorar os efeitos do stress de pós-traumático de guerra", disse à Lusa Augusto Freitas, médico e presidente da APVG - Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra.
Hoje comemora-se o Dia do Veterano de Guerra com uma reunião de antigos soldados em Guimarães.
A ajuda prestada aos ex-soldados que sofrem de stress de guerra é uma das prioridades da organização sedeada em Braga e com 50 mil associados.
"São 150 mil homens que, para além do apoio clínico, ainda recebem outros tipos de ajuda como a terapia individual, familiar ou de grupo", referiu, à margem do encontro, Augusto Freitas.
O número, avançado pela Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra tem por base as consultas de psiquiatria, clínica geral e de psicologia prestadas nas várias delegações da associação bem como em outras entidades ligadas aos antigos militares.
"Este número não engloba os ex-soldados que estão em tratamento fora de qualquer rede de antigos combatentes ou que recorrem apenas aos centros de saúde", salientou o responsável pela APVG.
A associação é detentora de um terreno em Braga para construir um Centro de Dia e um Lar com 130 camas.
O projecto vai ser apresentado ao Programa Pares, do Ministério da Solidariedade.
Embora sem números precisos, o presidente da Associação de Veteranos de Guerra, afirmou que existem "centenas de ex-combatentes a viver em condições precárias e até alguns sem-abrigo".
Com um complemento de reforma anual, que no máximo, atinge os 150 euros pagos numa prestação única, os ex-combatentes querem mais ajuda do estado.
"Quando fomos para a guerra fomos com bilhete de ida e volta mas houve muitos que nunca voltaram", frisou Augusto Freitas.
Os antigos combatentes já reuniram 3500 mil assinaturas numa petição, exigindo ao Governo o regresso dos corpos de 3200 militares que ainda permanecem em cemitérios de Angola, Guiné e Moçambique.
"Desde 1975 que ninguém fez nada por este corpos que podem e devem ser transladados para Portugal"referiu.