Nobel da Economia atribuído a Paul Krugman
Crítico da Administração Bush e professor da Universidade de Princeton, Paul Krugman elaborou uma nova teoria que integra pesquisas díspares sobre o comércio internacional e a geografia económica, indicou hoje a academia.
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Crítico da Administração Bush e professor da Universidade de Princeton, Paul Krugman elaborou uma nova teoria que integra pesquisas díspares sobre o comércio internacional e a geografia económica, indicou hoje a academia.
No ano passado, o prémio foi atribuído igualmente a três norte-americanos. Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson desenvolveram trabalhos sobre os mecanismos de trocas destinados a melhorar o funcionamento dos mercados.
Os efeitos do comércio livre, a globalização e o que está por detrás das urbanizações em todo o mundo têm sido a base do trabalho de Paul Krugman.
A teoria de Krugman é baseada na premissa de que muitos bens e serviços podem ser produzidos a preços mais baratos em grandes quantidades, um conceito conhecido por economias de escala. Mas é preciso ter em conta que os consumidores exigem uma grande variedade de produtos. A partir daqui se deduz que as pequenas produções, destinadas a um mercado local, têm tendência para serem substituídas por grandes produções para o mercado global, onde a competição é forte.
A nova teoria de Krugman clarifica porque é que o comércio internacional é dominado por países não apenas com as mesmas condições, mas que também exportam produtos idênticos.
As economias de escala combinadas com a redução dos custos de transportes ajudam igualmente a explicar a concentração da população mundial nas cidades e por que é que actividades económicas parecidas se encontram nos mesmos locais.
Os baixos custos dos transportes podem incentivar as concentrações metropolitanas e dão corpo a produções cada vez maiores, a salários mais elevados e a uma maior diversificação de produtos ao dispor dos consumidores. Por sua vez, este fenómeno atrai mais migração para as cidades.
Kurgman provou que no culminar deste processo as regiões passam a ter áreas urbanizadas centrais com alta tecnologia e outras áreas menos desenvolvidas na periferia.