Brasil lança fundo para proteger a floresta da Amazónia

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Agricultores e criadores de gado entram cada vez mais fundo na floresta à procura de terrenos mais baratos Bruno Domingos/Reuters (arquivo)

O fundo vai apoiar projectos de conservação, investigação científica e desenvolvimento sustentável.

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O fundo vai apoiar projectos de conservação, investigação científica e desenvolvimento sustentável.

“Estamos conscientes daquilo que a Amazónia representa para o mundo”, disse Lula da Silva na cerimónia de lançamento do fundo, no Rio de Janeiro. “É melhor para a imagem do país fazer as coisas correctas, para que possamos entrar nos fóruns internacionais de cabeça erguida”, acrescentou.

O Governo espera reunir mil milhões de dólares (643 milhões de euros) no espaço de um ano e 21 mil milhões até 2021 (13,5 mil milhões de euros), segundo o Banco de Desenvolvimento Nacional do Brasil (BNDES), entidade que vai gerir o fundo.

Em Setembro, a Noruega vai fazer o primeiro donativo (cem milhões de dólares, ou 64 milhões de euros), informou Eduardo Bandeira de Mello, do BNDES.

Há algum tempo que o Brasil pressiona os países industrializados a ajudar a pagar pela conservação da Amazónia. Não abater árvores tem um custo, especialmente para os milhões de pessoas que vivem na Amazónia, disse Lula da Silva em Maio, numa visita à chanceler alemã Angela Merkel.

Mas o Brasil nunca aceitaria a ingerência de países estrangeiros nas suas políticas para a Amazónia, alertou o ministro dos Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, numa entrevista em Brasília.

“O fundo é um veículo através do qual os governos estrangeiros podem ajudar as nossas iniciativas sem exercer qualquer influência sobre a nossa política nacional”, disse Unger. “Não vamos trocar soberania por dinheiro”.

É usual a floresta ser abatida para abrir espaço para agricultores e criadores de gado, que entram cada vez mais fundo na floresta à procura de terrenos mais baratos. O Governo de Lula da Silva aumentou as operações policiais sobre o abate ilegal de madeira e aumentou as áreas protegidas. Mas, ao mesmo tempo, constrói estradas e barragens, obras que os ambientalistas receiam que aumentem a desflorestação a longo prazo.