Estado português compra quadro de Vieira Portuense por 210 mil euros
"O quadro foi comprado pelo governo português com o apoio de um particular e vai para o Museu de Arte Antiga, em Lisboa", disse à agência Lusa a conselheira cultural da Embaixada de Portugal em França, Fátima Ramos.
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"O quadro foi comprado pelo governo português com o apoio de um particular e vai para o Museu de Arte Antiga, em Lisboa", disse à agência Lusa a conselheira cultural da Embaixada de Portugal em França, Fátima Ramos.
Em Lisboa, fonte do ministério da Cultura confirmou à Lusa a aquisição do quadro e anunciou que o ministro, José António Pinto Ribeiro, adiantará mais pormenores numa conferência de imprensa hoje à tarde.
"A Súplica de D. Inês de Castro" foi executado para o Palácio da Ajuda e o seu rasto perdeu-se desde 1807, altura em que foi levado para o Brasil pela Corte Portuguesa, tendo permanecido no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, até à proclamação da república no País, regressando à Europa, como sucedeu a muitas peças de arte da família real, reaparecendo agora em Paris.
Nascido no Porto, em 1765, Francisco Vieira de Matos escolheu como nome artístico Vieira Portuense, estudou em Lisboa e em Roma, e foi um dos introdutores do neoclassicismo na pintura portuguesa.
Adoeceu com tuberculose e mudou-se para a Madeira, onde morreu com apenas 39 anos.
O presidente do Grupo dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga (GAMNAA) disse hoje estar muito satisfeito com a aquisição: "Fico muito feliz por ter sido recuperada uma obra fundamental para o património português", disse à Agência Lusa José Blanco, sublinhando o valor da obra neo-clássica.
Para o presidente do GAMNAA, "é um grande dia para o património português", não só pela aquisição, mas também porque irá juntar-se a outras obras de Vieira Portuense já existentes no Museu Nacional de Arte Antiga.
José Blanco tinha enviado uma carta na semana passada, em nome do GAMNAA, ao ministro da Cultura dando conhecimento da venda, prevista para hoje, e manifestando apoio a "todos os esforços" que o Governo português entendesse para adquirir a pintura.
O responsável comentou à Lusa que esperava até que o quadro atingisse um valor superior no leilão de hoje. Por outro lado, ficou satisfeito por ter surgido um particular a apoiar o Estado na compra da pintura.