Presidente do Benfica denuncia "tentação" de revogar castigo do FC Porto

Foto
Vieira critica as declarações de Gilberto Madaíl sobre o FC Porto Nélson Garrido

Em entrevista publicada no sítio oficial do Benfica na Internet, Vieira lamentou o empenho "excessivo" de Gilberto Madaíl, presidente da FPF, "em contestar o Comité de Controlo e Disciplina da UEFA", que excluiu o FC Porto da próxima edição da Liga dos Campeões, devido à condenação pela Comissão Disciplinar da Liga de clubes.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Em entrevista publicada no sítio oficial do Benfica na Internet, Vieira lamentou o empenho "excessivo" de Gilberto Madaíl, presidente da FPF, "em contestar o Comité de Controlo e Disciplina da UEFA", que excluiu o FC Porto da próxima edição da Liga dos Campeões, devido à condenação pela Comissão Disciplinar da Liga de clubes.

"Estou convencido de que haverá essa tentação (do órgão de justiça federativo de revogar a pena), mas não acredito que tal venha a acontecer, uma vez que o FC Porto, como todos sabemos, não recorreu", defendeu o presidente do clube lisboeta.

Vieira assinalou que "o Conselho de Justiça tem muitos poderes, mas não tem o poder de 'ressuscitar' um prazo de recurso vencido", advertindo Madaíl: "Se da pressão do presidente da federação resultar o branqueamento dos comportamentos já provados e sancionados, o presidente da FPF só terá um caminho a seguir: a demissão".

"Senti-o demasiado empenhado em contestar o Comité de Controlo e Disciplina da UEFA, o que não deixa de ser curioso, sendo ele membro do Comité Executivo da UEFA. Ou seja, descredibiliza um órgão que deveria merecer a sua confiança", criticou o presidente do Benfica.

Vieira acusou Madaíl de permissividade na sequência da demissão de Herculano Lima do cargo de presidente do Conselho de Justiça, razão pela qual será "este órgão, descredibilizado e em risco de perder o quórum após várias demissões, que, envergonhada e rapidamente", pode "pôr em causa o trabalho levado a cabo por uma Comissão Disciplinar ao longo de vários meses".

Para Vieira, "a imagem do futebol português defende-se punindo exemplarmente quem viola as regras e põe em causa a verdade desportiva", considerando que a eventual presença na Liga dos Campeões "não foi um direito conquistado pelo Benfica fora de campo, mas sim um direito perdido pelo FC Porto por tentar ganhar fora de campo".

O presidente do Benfica lamentou "que a defesa de algumas pessoas" esteja "alicerçada na não admissão da prova em vez de estar fundamentada na contestação da prova", em referência à "preocupação" de evitar que as escutas telefónicas sejam admitidas como meio de prova.

"Não quero acreditar, porém, que o Ministério Público e os tribunais sejam irresponsáveis ao ponto de usar meios de prova inválidos", notou Vieira, denunciando que, "se a investigação tivesse abrangido anos anteriores, a dimensão dos 'apitos' seria bastante maior".

Quarta-feira, a Comissão de Controlo e Disciplina da UEFA decidiu-se pela "não admissão do FC Porto na Liga dos Campeões de 2008/2009, após analisar matéria envolvendo alegado suborno a árbitros da Liga portuguesa em 2003/2004".

Em causa está a recente condenação do tricampeão nacional pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, devido a dois actos de tentativa de corrupção de árbitros.

Caso a pena do FC Porto, que já anunciou a intenção de recorrer para a Comissão de Apelo da UEFA, seja confirmada, o Benfica pode transitar da Taça UEFA para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.