Irene Pimentel recebe hoje Prémio Pessoa

Foto
Irene Pimentel Daniel Rocha

Este quarto estádio terá sido impulsionado em 1994, quando foram abertos os arquivos Salazar e da PIDE/DGS, na Torre do Tombo. “A partir de então e progressivamente, a memória nas suas permutações foi dando lugar ao trabalho histórico sobre o Estado Novo, feito inicialmente por historiadores que tinham vivido parte desse passado. A substituição de gerações, nos últimos dez anos, veio modificar de certa forma a abordagem desse trabalho histórico.”

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Este quarto estádio terá sido impulsionado em 1994, quando foram abertos os arquivos Salazar e da PIDE/DGS, na Torre do Tombo. “A partir de então e progressivamente, a memória nas suas permutações foi dando lugar ao trabalho histórico sobre o Estado Novo, feito inicialmente por historiadores que tinham vivido parte desse passado. A substituição de gerações, nos últimos dez anos, veio modificar de certa forma a abordagem desse trabalho histórico.”

A memória, e também o esquecimento, do passado recente português foram os temas centrais do discurso que a investigadora escreveu para a cerimónia de entrega do Prémio Pessoa, que decorre neste momento no Museu Militar, em Lisboa. A sessão é presidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, estando também presentes representantes do semanário "Expresso" e da Unisys Portugal, as entidades responsáveis pelo Prémio Pessoa desde 1987.

O galardão é atribuído anualmente e premeia uma pessoa de nacionalidade portuguesa que se tenha distinguido nos quadrantes artístico, literário ou científico.

Autora do primeiro estudo completo sobre a polícia política (“História da PIDE”, editada pela Temas e Debates) e de vários livros sobre as instituições do Estado Novo, Irene Pimentel, 57 anos, foi definida pelo júri do Prémio Pessoa como “uma das figuras mais notáveis da actual historiografia portuguesa”. O mesmo júri notou ainda que as obras da investigadora em História Contemporânea “nunca negam a sua adesão à causa das liberdades e dos direitos humanos”, realçando “um notável esforço de rigor intelectual e de objectividade académica”.