Todos os números da Revista “Colóquio/Letras” disponíveis na Internet gratuitamente

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A apresentação de ontem contou com a presença de um convidado especial: Ricardo Araújo Pereira Enric Vives-Rubio

O “site”, desenvolvido em conjunto com a Biblioteca de Arte, estava disponível há já um ano em fase experimental, tendo obtido até agora 1000 visitas por dia, sobretudo oriundas do Brasil, segundo Joana Varela, directora da “Colóquio/Letras”.

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O “site”, desenvolvido em conjunto com a Biblioteca de Arte, estava disponível há já um ano em fase experimental, tendo obtido até agora 1000 visitas por dia, sobretudo oriundas do Brasil, segundo Joana Varela, directora da “Colóquio/Letras”.

Na apresentação de ontem, que contou com uma sala repleta de intelectuais e estudiosos da literatura, estiveram presentes Joana Varela, directora da revista, Ana Paula Gordo, da Biblioteca de Arte e António Feijó, professor universitário e colaborador da revista. Ricardo Araújo Pereira – apresentado como Lopes da Silva, especialista de Marketing – foi convidado pela directora da revista para “animar” a sessão com algumas “macacadas”, como explicou ao PÚBLICO o humorista.

Na primeira parte da sessão, a “parte chata” – brincou Ricardo Araújo Pereira -, António Feijó falou sobre a importância da revista na divulgação da literatura portuguesa. O colaborador da “Colóquio” não quis deixar de fazer referência àquela que é para ele a grande virtude da revista: abranger um público inteligente e interessado, mas que não é necessariamente profissional.

Joana Varela, directora da “Colóquio/Letras” desde 1996, disse ao PÚBLICO que o projecto estava ser desenvolvido há mais de uma década, com a importante colaboração de um grupo de jovens licenciados e mestrandos, que estiveram encarregues da organização e indexação de todos os artigos publicados na revista desde a sua primeira edição. Segundo Varela, este projecto “pretende acompanhar as novas tecnologias e os meios mais actuais”, chegando, assim, a um “público mais abrangente”. Apesar de o “site” ter sido “pensado para toda a gente”, tem como principal público-alvo estudiosos da literatura.

No “site” da “Colóquio” podem ser encontradas todas as edições até 2000, faltando apenas a digitalização dos dois últimos números, segundo Joana Varela. O acesso é gratuito e a actualização do “site” será permanente, principalmente na secção “Actualidade”, onde são publicados maioritariamente textos inéditos.

Na apresentação do projecto da “Colóquio” estiveram também alguns curiosos que apesar de não serem leitores assíduos da revista quiseram marcar presença nesta ocasião. Para dois jovens de 21 anos, Stefano Nigra, estudante de Engenharia Civil, e Luís Brito, a frequentar o curso de Comunicação Empresarial, “o projecto é importante”. Pensam em visitar o “site”? As respostas são unânimes: sim, mas só se houver alguma coisa que lhes desperte o interesse.

Também Carlos Sales, de 51 anos, esteve presente na apresentação por “curiosidade”. “Achei a ideia óptima e isso cativou-me”, disse ao PÚBLICO. Pretende visitar o “site”? “Claro. Não lia muito a revista. Li apenas um ou dois números, mas pretendo visitar o 'site' e consultar as edições que mais me cativem”, respondeu.

O visitante do “site” é orientado na sua pesquisa através do conceito de “nuvens de pesquisa”, onde estão indexados os artigos por categorias temáticas. A pesquisa está organizada em várias secções, desde a mais simples à mais complexa. “O 'site' permite um estudo exaustivo da revista 'Colóquio'”, sublinha Joana Varela.

A “Colóquio/Letras”, editada desde 1971 pela Fundação Calouste Gulbenkian, publicou até hoje 22.934 páginas e contou com o contributo de 1100 colaboradores.

“Lopes da Silva”: convidado especial da sessão de apresentação

A sessão de ontem tinha reservada uma surpresa para todos os presentes na sala: a entrada repentina do humorista Ricardo Araújo Pereira, do grupo Gato Fedorento. Apresentado como “Lopes da Silva”, conhecido personagem dos “sketches” do grupo no programa “Diz que é uma espécie de Magazine”, Ricardo Araújo Pereira “associou-se” a esta iniciativa – como ele próprio frisou durante a apresentação – para animar a sessão e promover a revista.

Durante a apresentação, os presentes foram brindados com um “sketch” do Gato Fedorento intitulado “Curso de literatura para porteiras”, onde se faz referência à revista “Colóquio/Letras”. Isto depois de Ricardo Araújo Pereira, no papel de “Lopes da Silva”, especialista em Marketing, ter feito rir todos os presentes, assumindo que desejou ter uma irmã quando leu “Os Maias” aos 14 anos.

Ricardo Araújo Pereira disse ao PÚBLICO ter sido convidado por Joana Varela para estar na apresentação do projecto, tendo a sua entrada a meio da sessão sido “combinada” com a directora. “Aceito todas estas participações para elevar a minha aura intelectual”, disse o humorista, que assumiu ao PÚBLICO que a altura em que se divertiu mais foi quando trabalhou no “Jornal de Letras”: “Era genuinamente divertido”. Surgem ideias para novos “sketches” depois da sua presença neste tipo de iniciativas? “Talvez. Ainda não pensei muito nisso”, respondeu o humorista.

Segundo Joana Varela, a presença de Ricardo Araújo Pereira teve como objectivo publicitar a apresentação e tornar a revista popular, pois “falta divulgação”. “Este tipo de participações permite uma publicidade directa”, acrescentou Joana Varela.