Vítor Constâncio aconselha Governo a ser “mais realista” quanto ao crescimento da economia
No seu relatório semestral, o FMI afirmou que com a situação de crise nos Estados Unidos e a Europa a colocar um ponto final no período de crescimento acima do potencial, Portugal não conseguirá resistir à onda negativa e irá registar este ano um recuo para a mesma taxa de crescimento de 2006, adiando o objectivo de retoma, pelo menos, até 2010. Assim, e com base na previsão do FMI, a economia portuguesa irá abrandar este ano para uma taxa de crescimento de 1,3 por cento.
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No seu relatório semestral, o FMI afirmou que com a situação de crise nos Estados Unidos e a Europa a colocar um ponto final no período de crescimento acima do potencial, Portugal não conseguirá resistir à onda negativa e irá registar este ano um recuo para a mesma taxa de crescimento de 2006, adiando o objectivo de retoma, pelo menos, até 2010. Assim, e com base na previsão do FMI, a economia portuguesa irá abrandar este ano para uma taxa de crescimento de 1,3 por cento.
A previsão de crescimento do FMI é menos optimista do que a de outras organizações internacionais e do que a do Governo: o Executivo espera que Portugal cresça 2,2 por cento; o Banco de Portugal, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimentos Económicos antecipam uma expansão de dois por cento.
À previsão de recuo do Fundo, o primeiro-ministro, José Sócrates, reagiu afirmando que o Governo não tem ainda motivos para alterar as suas previsões. "O Governo não tem nenhuma razão para alterar a sua previsão de crescimento económico para 2008. A alteração de previsões deve basear-se nas previsões do Governo, a não ser que haja no futuro dados quantitativos que nos levem a fazer isso", defendeu hoje.
O governador do Banco de Portugal pede cautela ao Executivo de Sócrates, apesar de considerar que a previsão de crescimento de 1,3 por cento do FMI é “demasiado pessimista”, como sustentou em declarações à TSF.
Para Vítor Constâncio o que “parece realista é um valor intermédio, certamente abaixo dos dois por cento que o país tinha em Janeiro visto que a crise internacional vai afectar a economia” nacional.